Dias ensolarados, famílias reunidas, festas e comemorações. Perfeito comercial de margarina, ainda mais nesta época do ano, onde, na televisão as famílias se reúnem para comemorar o nascimento do Salvador e dar graças por tudo aquilo que receberam. Isso tudo na TV.
Na vida real o negocio muda. A correria no final do ano é tenebrosa, realmente insuportável. Trabalho a mil. Casas de praias lotadas, vagas em hoteis em litorais devem ser disputadas quase que no tapa. Se alguns familiares resolvem almoçar em sua casa, em vez de comemorações temos brigas e arranca-rabos antes do almoço, durante ele o amor reina, mas debaixo na mesa é só patadas e beliscões.
O telefone não pára de tocar. Felicitações de final de ano e desejo de um próximo ano melhor? Não. Entidades de cunho social, não condeno as entidades que fazem o seu trabalho muitas vezes com trabalho voluntário e muita determianação o ano todo, mas nesta época aparecem pedindo dinheiro para ser descontado em sua conta de telefone para judar a fundação A ou B, e quase que por mágica, outra em presa descobre a sua generosidade e liga, daí em diante seu final de ano será um inferno, 50 reais pra uma... 40 reais para outra... doação mensal de 15 para outra e a exploração financeira natalina assim prossegue, se bobiar, até sem peru você fica no natal, pois todo teu dinheiro foi para doações.
Não que a generosidade não deva imperar no nosso cotidiano, friso bem, nosso cotidiano, pois afinal, criança não precisa só de atenção no natal. Familias não comem apenas no final de ano. Outro dia ouvi um amigo meu dizendo que era triste passar o natal sem comida, porem acho muito pior passar todo o resto do ano sem comida e no natal ter um pacote de arroz na mesa e o restante da sociedade feliz pois achou que fez a sua parte.
O natal perdeu seu foco. Não são as festas que devem assumir o lugar especial em nossos corações, são as pessoas. É importante ter a casa arrumadinha, porém mais importante que isso é ter a família e amigos reunidos, pessoas que realmente se amam e se importam umas com as outras. Presentes são imporantes, porém um abraço sincero de coração vale infinitamente mais que um carne de 12 prestações que consumirão noites de sono sobre como pagar aquele presente caro demais. Em vez do carinho temos uma dor de cabeça.
Se acompanhado ou sozinho, como eu, nesta data, o importante é tirar tempo para repensar nas coisas que passamos, aquilo que acertamos e aquilo que erramos. O nascer de Jesus em nossas vidas deve ter o seu lugar, mas o nosso renascer torna-se imperativo nesta época do ano. Quero pessoas em primeiro lugar, sentimentos acima de razão e com certeza, meu natal, meu ano novo e minha vida terão um sentido nobre e o verdadeiro espirito de natal regerá os meus 365 dias do próximo ano, assim, meu natal de felicidades se estenderá a uma vida de felicidades.
05/12/2010
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