O GIRAR DO PLANETA

[...] Você me tem facil demais e não parece capaz de cuidar do que possui... [...]



Solidão? Tristeza? Necessidade? Obrigação?


O que te faz me procurar sempre que achas necessario e me deixas num vacuo envolvido apenas pelo eco da minha propria voz quando a necessidade a ser atendida é a minha?

Pensas que sou de ferro? Que não tenho sentimentos? Que não te amei com todas as forças? Que por você fiz aquilo que nunca fui capaz de fazer por outro alguem? Que não me entreguei e busquei o melhor de mim me entregando de bandeja nas suas mãos?


Fiquei a mercê do teu querer. Fui cumplice da tua vontade. Fui refem dos teus desejos. Fui o porto das tuas mágoas e hoje não passo de um fardo do teu passado. Uma lembrança que não deve ser recordada. Um som que não deve seer tocado. Um alguem que não deve ser visto. Mas tudo isso quando não precisas de mim, senão me procuras, e me encontras.


Me encontra a te esperar. Apenas ao som da tua voz ver desfazer-se o muro de pedras que contrui para proteger-me de mim quando estou perto de você. Não preciso ver-te para voltar a sentir aquilo que senti desde a primeira vez, apenas ouvir a tua voz a dizer meu nome, ao aquele nome que só você me chamava de maneira tão especial.
Fico pasmo comigo, preocupado comigo, pois com você sou alguem que não se reconhece. Se olha no espelho, mas ve apenas a tua imagem ali refletido. Seu sorriso bobo, suas palavras as vezes sem polimento, seu jeito rude e natural de ser, via vitalidade unica e incomparavel.


Porque voce apareceu, trouxe-me o dia novo, a luz do sol, mesmo sabendo que teu brilho atrpalhava de ver-me por completo, mas apenas ver-te na imensidão da tua luz e como uma tempestade que surge do nada levas-te a luz que um dia brilhou pra mim, tirou o sol que um dia jorrou um minha pele, o suave respirar em meu pescoço do teu sopro que me arrepiava, esquentava, me fazia tremer, suar e te querer inteiro junto a mim.


Porém a parte mais escura da noite nos mostra o dia que está para nascer. Você deixou-me no momento mais crucial, o momento de eu me descobrir com você. Tive, que as pressas, aprender a me buscar sem você, sem suporte e sem chão, sem vento e nem ar.


Agora aparece novamente, chama meu nome, procura-me, busca-me, questiona o motivo da minha distancia. A minha distancia é uma segurança que tenho, a segurança de que não tornarei a ser teu novamente, que serei eu, somente eu, que a tua sombra, voz, calor, abraço, sorriso não será minha chave de cadeia para mim mesmo, segurança de que não me prenderei novamente a ti.


A parte escura do dia não passou. Ainda não posso ouvir tua voz, mas tuas palavras não me calam, não me derrubam, não me emudecem novamente, nem teu olhar me busca de onde estou, tua respiração não me tras senão o frio da madrugada que está por acabar a qualquer momento, só que na manha que ira surgir você não será o meu sol, sera apenas o acordar e perceber que tu fostes a lua, não me deixando completamente no escuro até que o verdadeiro sol surgisse, brilhasse, esquentasse a minha pele como tu não o fizestes, não o fostes capaz, nem tentastes ao menos.


Você me tinha facil demais. Estava ao seu alcance, e hoje no vazio da minha existencia deixo-te sozinho com o eco, não o da minha voz, mas da tua, a buscar por alguem que fez parte de um passado que queres lembrar, porém esquecido pelo girar da orbita do planeta.

09/09/11