Começa setembro. Vi os seus primeiros raios de sol surgirem
juntamente com meus melhores amigos: cigarro e café.
Como pode, eu, diferente da maioria das outras pessoas não
sentir nada de sono durante a noite. Vou dormir na hora em que os outros estão
levantando? A cama me traz pensamentos que não queria ter... e com isso vou
caindo numa fossa terrível. Fossa da qual Maysa, Paula Toller, Ana Carolina e
até Clarice
Falcão começam a fazer sentido na minha cabeça e compreendem a
minha dor.
Detesto a luz do dia... acho que por isso durmo durante o dia.
O sol me cega. Sinto como se a minha vida tivesse sido regada a ele, pois não
enxergo mais nada no meu caminho. Visa pessoal, sentimental, profissional e espiritual
tem sido cegadas, já não sei aonde vou, onde piso, quem é de confiança, quem
merece minha atenção e quem eu sou.
Perdido de dia. Desconsolado a noite.
Minha companhia continua aqui firme. Uma caneca após outra
de café. Um cigarro pós outro. E juntos nos fazemos companhia. Juntos nos
acabamos. Juntos nos terminamos.
Até quando será assim? Estou como Vanusa: "querendo sair,
querendo falar, querendo ensinar meu vizinho a cantar nas manhãs de
setembro".... mas nem eu sei fazer isso, não sei mais a musica e nem o seu tom, como poderei eu ensinar se primeiro devo aprender?
Preciso querer sair, preciso querer
falar, preciso aprender a cantar, preciso aprender a ensinar, para então poder ensinar meu vizinho a cantar nas manhãs de setembro....
nas manhãs de setembro, nas manhãs.