DESAMOR A VIDA

Será que me odeio tanto assim? Será que o meu desamor próprio conseguiria me derrubar, me pro para baixo, me fazer cair mais? Será que com todo esse desamor, essa falta de auto estima ainda consigo amar alguém e me doar por completo?

Sei que não podemos dar aquilo que não temos. Como posso dar amor se nem ao menos isso sinto por mim? Nas madrugadas de insônia regadas a cigarro, café e outras tarjas pretas percebo o quanto estou destruindo meu corpo. Quando olho os relacionamentos nada saúdaveis que me cercam percebo o quanto acabo com minha lama e espirito.

Onde está a minha paz se não consigo nem ao menos saber onde estou? Onde posso chegar se caí no meio de um labirirnto e nem forças tenho para me por de pé novamente?

Sempre pensei grande, quis ser grande, ser mais, ter mais.... percebo que fracassei. Me reduzi a vícios, pois eles me compreendem... enquanto uns estimulam meu fim outros tazem um alivio para esta alma fatigada.

Meu corpo está cansado, minha mente não para. De que jeito vou estar daqui há algum tempo? Estarei em algum lugar daqui a pouco tempo? Serei parte de alguma coisa?

Por enquanto sou o que restou de mim.

18/08/3013

INVERNO

Hoje eu vi o sol aparecer em meio a nuvens. Não sei o que está mais cinza e carregado, se o tempo la fora ou os sentimentos aqui dentro.
Vejo aquele sol e penso em quantas vezes mais terei de ve-lo surgir e desaparecer sem que nada mude neste intervalo de tempo. O vazio permanece firme em mim. O inverno está por acabar dando espaço a primavera e me pergunto também se o inverno interno irá logo acabar.
As flores sorrindo, os amores surgindo, as coisas acontecendo.
Hoje, sinto como se corresse atrás de algo ou alguém no escuro. Coisa tal que não sei o que é, de que forma virá e como será. Mas ao tocar no escuro e sentir algo, fujo. Medo, puro medo.
Medo do que virá. Bom ou ruim? Não sei. As nuvens cinzas que percorrem a minha cabeça e a carregam de duvidas, perguntas, questionamentos e medos não me deixam ver nada a minha frente. O tempo nublado dentro de mim acaba me isolando do mundo.
Sinto falta de um pedaço de mim que nem sei dizer o que é.
Enquanto isso, meu cigarro e meu café permanecem firmes ao meu lado. Companhia eterna e sem compromisso algum. Sem cobranças. Apenas um curtindo o outro. Um aproveitando o lado bom e o lado ruim de ambos. Eles de mim e eu deles.
A fumaça que me acalma nas inquietudes é a mesma que está me matando aos poucos. O café que faz com que salive ao sentir o seu sabor é o mesmo que me impede de dormir uma noite inteira de sono.
E em meio a fumaça, insônia, medo, nuvens escuras, tempo nublado e inverno está alguém que se sente frágil, perdido, esquecido, desamado, amargurado, solitário e por mais que acompanhado, sente-se sozinho e sem amor, esse alguém sou eu.
Muito prazer, eu sub-existo!!!!!

06/08/2013