TEMPO FEIO

Olho pela janela e vejo aquele céu apagado, nublado e sem vida. Abro a janela e sinto o vento gelado passando pelo meu corpo. Nesse momento minha mente divaga na seguinte ideia: o que está mais feio: o tempo lá fora ou o tempo dentro de mim.

A promessa do Sol brilha para ambos. Tanto para o tempo lá fora quando para o tempo dentro de mim. É verão. Horario de verão, mas não saímos do inverno. Nem o tempo, nem eu.

A tempestade que destruiu todo por onde passou, derrubou arvores, levou carros, pessoas e casas passou por dentro de mim também e levou tudo o que ali estava construído: sonhos, ideias e ideais, perspectivas, esperanças e intenções. Arrasou com tudo.

Assim como os governantes eu clamo pois o estado já é de calamidade.

Choveu tanto dentro de mim que a agua jorrou para fora. Jorrou com toda a violência que poderia ter, vazou pelos meus olhos, escorreu pela minha face, caiu em meu travesseiro.

A tempestade passou, mas os estragos deixados por ela ficaram. Arruinados todos os planos estão agora no chão. Tenho que começar de novo, mas internamente não tenho recursos para tal.

Busco auxilio aonde encontro abrigo, não sei se em alguém, se em algo, se num abraço, num cheiro ou num afago, aí me lembro: tudo foi levado pela tempestade.

Resta agora, em meio ao tempo feio, ao vento gelado que está dentro e fora de mim, reconstruir tudo o que foi perdido. Recomeçar, esta é a palavra de ordem.

Escuto as famílias gritarem, se lamentarem pois tudo o que tinham foi levado. Nessas horas eu me pergunto a quem recorrer se tudo o que tinha era o sentimento e as sensações que estavam dentro de mim e também foram levadas.

Carros e casas se constroem novamente. E sentimentos? Como reconstruir algo que se perdeu? Como recomeçar se nem ao menos restou algo?

Dentro de mim ideias soltas no vazio. Coração repleto e machucado. Peço encarecidamente, forças para recomeçar. Tudo está em estado de calamidade.

24/10/2013

O QUEBRAR DO ESPELHO

Tudo que começa tem um fim. Todo inicio acaba um dia. E chegou o dia de terminarmos com o BLOG EM FRENTE AO ESPELHO. Local onde coloquei minhas duvidas e incertezas. Onde depositei o mais profundo dos meus desejos, onde pude confidencializar  minhas mais loucas insanidades e devaneios.

Nessas paginas da web chorei, sorri, coloquei minha dor e minha alegria. Coloquei o meu dia a dia. Pude expressar realmente quem fui e quem sou, e ao me deparar com o primeiro e o ultimo texto percebo o quanto mudei, aumentei minha carga, superei emoções e descobri novas.

Nesses últimos 4 anos minha vida foi um livro aberto dentro de um ambiente onde todos podiam me folhear, me ler, me ver, me enxergar, me sentir e muitas vezes sentir emoções, pena, paixão, desejo junto comigo.

Agradeço aos mais de 8 mil acessos que o blog teve nesse período em que esteve ativo, e ficará mais um tempo. Depois deste tempo, removerei o blog, revisarei os textos e os prepararei para a versão impressa. Teremos registrados todos esses momentos que permearam a minha vida nos últimos anos.

Isso não é uma despedida, mas chegou o tempo de sair da frente do espelho, já me descobri bastante e vou continuar a me descobrir. Mas desta vez mais calado, mais quieto, pois foi isso que o tempo me ensinou. Viver em silencio, ser feliz e infeliz em silencio, pois é no silencio do ser que descobrimos a nossa verdadeira voz.

As lagrimas continuarão a cair, os sorrisos continuarão a brotar em minha face, o desejo ainda tomara conta do meu corpo e assim seguirei a vida, feliz por ter podido compartilhar com meus leitores aquilo que vivi.

Agradeço os prêmios literários que ganhei, aos aplausos de leitores que me cumprimentavam pessoal e virtualmente, dando o seu parecer e opinião sobre o que escrevi.

São uma infinidades de emoções, sentimentos e lembranças que ficarão junto com este blog, e assim que publicado, no papel permanecerão.

Obrigado pela companhia, pelas preces, pelas risadas e por tudo que vivemos juntos.

08/10/2013

QUEM FUI

Sinto falta da antiga vida.

Sinto falta da vida que levávamos a dois. Eu com você e você comigo. Nos entendíamos bem, relevávamos muita coisa um do outro, hoje, parecemos a faixa de Gaza. Basta estarmos perto para ter inicio uma guerra sem tamanho ou precedentes, com e sem motivos, simplesmente a presença gera esse sentimento.
Sinto falta de quando não me olhava com olhos comuns, acostumados, ou até mesmo indiferentes. Quando o brilho do teu olho me mostrava a alegria de viver, mostrava o que realmente importava, mostrava o caminho a minha frente, assim como dois faróis em uma noite escura guiando o carro em uma viagem rumo ao paraíso.

Sinto falta do teu toque sobre mim, da tua mão na minha pele, da tua pele na minha. Pele e pelos, pelos e pele. Quando juntos descobríamos coisas e sensações novas, buscávamos o prazer um no outro e encontrávamos um jeitinho de nos fazermos felizes por instantes que se tornavam magico, um instante só nosso onde nossa respiração se juntava num único coro, nossas vozes caladas deixavam que o corpo falasse do amor que existia entre nós e nos levasse a outra esfera orgástica do mundo que pertencia somente a nós dois.

Sinto falta da preocupação que tinhas comigo, quando ao me ver com frio, estendia-me teu casaco. Quando ligavas somente para saber como eu estava, ou porque não tinha o que fazer. Sinto falta de receber seus sms’s sem motivo no meio do dia. Sinto falta das surpresas que fazia, dos pequenos encantos mágicos do dia-a-dia.

Sinto falta de alguém que hoje penso ter sido um ator. Ter sido alguém que montaste, criaste ate que me tivesse por completo, a tua inteira disposição, para depois fazer o que quisesse de mim.

Hoje teu olhar frio e calculista nem me olha mais. As noites de desejos se tornaram em noites de frio e angustia,  onde não compartilhamos mais os mesmos desejos e sonhos. Os planos que fizemos juntos foram por terra pois não queres mais nada daquilo que planejamos. Jura me dar um amor que nunca existiu. Não sei quem é você. Não sei se é aquela pessoa meiga, inteligente, bonita, que dizia e fazia coisas lindas por mim, e dizia que era para me ver feliz ou se é a pessoa que vejo hoje, fria, coração de pedra, sem sentimentos, insensível, grossa, estupida, cheia de si, arrogante, ambiciosa, sempre certa e incapaz de errar, indiferente comigo ou ate mesmo infeliz com a minha presença.

Entraste no meu mundo pois me conquistaste aos poucos, mostraste um lado lindo, um lado seu que amei. Abri as portas do meu ser, da minha mente, do meu corpo e da minha casa. Hoje, que fazes morada em mim me renegas, me negas, me esconde.

Sinto falta de quem fui antes de você.
07/10/2013

PINTANDO QUADROS

As vezes em nossa vida nos vemos caídos, derrotados, magoados. Nos sentimos traídos! Mas porque este sentimento vem e nos assola de tal maneira: porque criamos expectativas demais. Pintamos quadros de varias maneiras, modos, jeitos, e de varias coisas e pessoas também.

Pintamos o emprego ideal em nossos sonhos, o que gostaríamos de fazer neste trabalho, como agiríamos em determinadas situações, como cresceríamos dentro da empresa e passa ano, sai ano, entra ano e permanecemos na mesma. A tão sonhada estrela dourada de reconhecimento não veio, muito pelo contrario, você continua fazendo a mesma coisa e o pior, engodou, pois ali você pode mastigar o tempo todo e a ansiedade não te deixa em paz.

Pintamos um quadro de relacionamento perfeito: como ele é, como deveria ser, como agiria, como nos surpreenderia, como nos ajudaria, como, do nada, apareceria com a melhor de todas as noticias: você é único para ele!!!! Mas isso não acontece, muito pelo contrario, o relacionamento vai chegando ao máximo do desgaste e você se esforça para fazer ele se levantar novamente e voltar a ser aquele quadro que você pintou.

Pintamos o quadro da amizade: todos lindos, sorrindo, felizes, dispostos a te ajudar sempre que precisar e eles a você, mas a vida não é só alegria.... tem os momentos de tristeza e os amigos daquele belo quasro, onde foram parar? Sumiram, como que pintados de giz que a agua bateu e borrou... ficaram apenas na lembrança. A lembrança das “verdadeiras amizades”.

Quantos quadro não pintamos no decorrer da nossa vida? Quantas decepções ainda não vamos passar pela frente? E porque insistimos nestes quadros? Porque continuamos a pinta-los em nossa mente? Porque a nossa mente é fértil, quer o melhor para nós e se esquece que a vida não é como queremos.

O emprego não esta correspondendo as suas expectativas? Troca de emprego! Busque algo que te preencha, nem que seja naquele momento, algo que te de prazer em fazer. O namoro está indo de mal a pior e você já fez tudo o que estava ao seu alcance para salva-lo e a pessoa não deu um passo em sua direção? Muda o foco, existem bilhões de pessoas no mundo, olhe para o lado, vai ter alguém querendo ocupar o lugar deste idiota que não sabe te valorizar e valorizar aquilo que você fez e faz por ele. O amigo sumiu na hora que você precisou? Repense bem nas suas amizades. Quantos permaneceriam se você realmente precisasse? Escolha a dedo aqueles com quem vc quer e deve dividir suas alegrias e tristezas.

Pinte quadro! Continue a pintar, mas o melhor que pinta-los e fotografar a realidade e ver que ela é tão bela quanto o quadro que pintamos. Só depende da nossa vontade.

02/10/2013

Desejos

Noite fria, madrugada.... dentro de mim queima um calor eu só você pode apagar. Um desejo quase sem explicação. Sem intenção. Mas o toque que sinto da tua mão sobre a minha pele gela a alma.

Tenho medo do que isso pode causar dentro de mim. Esse fogo que sinto não se apaga, muito pelo contrario, só aumenta. Quero cada vez mais você junto a mim, perto de mim, colado a mim, grudado em mim, dentro de mim, fora de mim, embebido em mim.

Perco a cabeça perto de você, sinto-me embriagado pelo teu cheiro de homem, teu aroma natural. Perco as pernas, meus pêlos se arrepiam e com toda a certeza, você extrairia tudo de mim... já que é meu dono, meu senhor, dono das minhas vontades. Pode e deve me usar e abusar.


Tenho medo de perder isso. Essa coisa velha e nova que me consome. Me come, me bebe, me deixa e me pega. 
01/10/2013

SIMPLESMENTE


Sinto falta do teu abraço macio. Da tua voz carinhosa me falando ao ouvido. Da tua não vergonha ao andares de mãos dadas ou abraçado comigo. Sinto falta de quem você já foi um dia.

Sinto falta das nossas noites quentes em que juntos rasgávamos roupas e lençóis, sem se importar com o barulho ou com quem estava nos ouvindo. Sinto falta dos urros, gemidos, gritos, sussurros de dor e prazer. Sinto falta de ter você entrando em mim, penetrando no mais profundo do meu ser, misturando a agonia da dor com a magia do amor.

Da mesma forma que você invadiu minha mente, invadia o meu corpo sem pedir licença. Entrava portas a dentro e ali dentro fazia morada me fazendo ter prazer, dor, sentir amor, fazer amor.

Sinto falta de ser devorado por seus olhos e por seu corpo, sinto falta das vezes que como um cego tateava meu corpo em busca de algo qu era o nosso prazer a dois. E quando encontrava, parecia que tínhamos achado a mina de ouro, pois era só alegria, felicidade.

Sinto falta também dos teus gestos carinhosos, daqueles que me faziam sentir especial para ti, daquele bombom amassado que você lembrou de me entregar e que estava no bolso da calça. Daquele chilique de ciúmes quando alguém se aproximava e você sentia o medo de perder mesmo sabendo que você é o único.

Simplesmente sinto falta daquele alguém que num dia qualquer apareceu e mudou a minha vida  hoje não esta mais presente em espirito, apenas corpo, carne.


Simplesmente.

TE”N”SÃO

Contextualizar a tensão que existe em meio a tanto tesão fica complicado. Tão complicado como é descrever o que sentimos quando nossos corpo se juntam em uma só carne. Um só corpo. Um só desejo.
O gosto que provei da tua saliva, do teu suor, da tua essência de homem não sai do meu pensamento. O cheiro exalado por nossos corpos juntos, unidos permanece impregnado no ar, nos lençóis, nos cobertores, na alma.

Alias, quem visitou a minha alma, nas paredes de cada corredor encontrou fotos nossas, fotos tensas, fotos complexas, fotos promiscuas, fotos de amor, desejo e paixão. Puro tesão.

Porque deixou que provasse teu gosto para logo em seguida seguires os teus caminhos sozinho? Porque entre lençóis trocastes as pernas comigo e hoje segue com as tuas e deixas as minhas entre abertas, estonteadas pelo teu néctar? Aguardando o teu retornar? O teu me possuir? O teu comer e beber de mim?
Sinto falta do teu gosto. Do gosto que sai de ti quando aos beijos, mordidas e chupadas sentia na minha língua, quente, cítrico, gostoso aquele sabor que me viciou como droga.

O calor permanece em meu corpo, olho e vejo as marcas do amor em mim. Unhas, carne, dentes... vc por inteiro.

Não quero ceu estrelado, não quero fogos de artificio. Não quero violino a luz do luar. Quero apenas tua essência dentro de mim, e meu calor dentro de ti. Quero apenas tua carne ligada a minha e a minha a tua. 
Quero apenas a tua mente conectada a minha e a minha puxando você para meus desejos mais íntimos.

Olho para o meu lado e te vejo a sorrir após juntos dividirmos momentos tão nossos e íntimos. Tão impuros, sujos, inocentes e indecentes.  Neste momento abro meus olhos... acordo.... foi apenas um sonho. 
Um desejo, Uma variação. Um alguém que imaginei existir, mas que não passa de mera imaginação minha.
Alguem que tanto desejei. Tanto idealizei. Que tanto esperei, mas nunca existiu a não ser em minha tão louca e perdida mente.... perdidamente estou por ti, e não sei quem é este você.

Busco você, chamo você, meu corpo sente a tua falta, mas onde está você? Quem é você? Quem eu sou pra você?

Um dia vou te encontrar, pois você vira me buscar e não só na minha mente, mas realmente poderemos nos provar, nos testar, nos apaixonar e deixar o tesão nos levar.

25/09/2013

E o mundo continua a girar

Paro para pensar nas crises que passei nos últimos dias, crises de personalidade, crises existenciais, crises de identidade de gênero, crises sentimentais, dentre muitas outras. Um abalo sísmico ocorreu dentro de mim.
Explosões de emoções, lagrimas, risos, ideias, pensamentos – incluindo suicidas.
Um mundo de emoções a flor da pele. Ate que parei para me perguntar aonde isso estava me levando? Até onde as emoções invertidas, o amor dado e não recebido, a mão estendida e não retribuída me afetaria.
Fiz muito mais que a minha parte e obrigação. Corri como desesperado procurando soluções para tudo e deixando os meus problemas guardados num cantinho da minha mente onde achei que eles não sairiam nunca. Porém eles começaram a gritar, pois eu também preciso de um tempo para mim, para minhas necessidades, meus desejos, minhas realizações.
Lutei por um amor mais que fracassado, onde dei tudo de mim e em troca nem o eco da minha voz pude ouvir. Briguei por um emprego ao máximo que pude, dedicando 12 ou 13 horas do meu dia por ele, ate que ele chegou ao fim sem ao menos eu poder me defender. Lutei para ter o meu “castelo” e o vi ruir.
Percebi que construí o meu ser, o meu caminho na base da areia e não da pedra. Percebi que com o vento tudo se foi, ficando apenas eu ilhado no deserto das duvidas e incertezas.
E o mundo continuou a girar. Com a minha vida ruida aos meus pés, meu coração ruído no peito. E ninguém para me estender  mão, me dizer o quão importante eu era para ela. Tudo aquilo que fiz por tantos, ninguém pode faze-lo por mim.
Mas a vida em sua infinita bondade colocou um ser no caminho, que mesmo sem me conhecer direito apareceu e ajudou a me levantar, a me refazer.
Sou grato por tudo que aprendi nesse tempo que passou. Quero coisas novas, reescrever a minha história a partir daqui. Uma nova fase se inicia hoje. Um novo EU, o mesmo de sempre porém com uma bagagem mais repleta de historias, sentimentos e experiências que me acrescentam como ser humano.
E que o mundo continue a girar, pois recomeçarei quantas vezes forem necessárias.

24/09/2013

Por que te querer demais

Por te querer demais no meu momento mais frágil busquei a tua presença e me tornei um castigo, um tormento para ti. Nem mocinho e nem ladrão, mas os dois num corpo só.
Como uma novela mexicana, sigo arrastando algo que me machuca e machuca quem está a volta. Choros, lamentações e prantos fazm parte do meu dia a  dia.
Mas um dia a novela deve ter fim. Devemos abrir espaço para o novo. Entrei num beco sem saída, numa parca furada. Está na hora de me retirar, tirar a minha imagem de circulação por um tempo e retomar a procura pelo amor em paz.
Forte? Ficarei. Por hora a distancia poderá dizer o que é o melhor pra gente.
Abri mão de mim, da minha vida, do meu amor próprio em busca de um amor completo, que de tão completo se torna um buraco negro que consome tudo ao redor.
Não quero perde-lo, mas mante-lo ao meu lado é torturar os dois.
Preciso buscar um novo horizonte, voltar a me sentir indestrutível.
Chega de coisas pela metade, chega de um quase amor, chega de noites de insônia, chega de meio amigos, chega de meios.... ou temos inteiros ou não temos nada. O egoísmo nesta parte fala mais alto. Ou somos completos um do outro ou não somos nada um do outro.
Meio amigos, meio amantes, meio estranhos, meio.... não gosto do meio. Procuro o inteiro.
“quase entrei num beco sem saída, mas depois da despedida, volto ao ponto de partida pra encontrar o amor em paz” Ana Carolina traduz em uma frase o que penso e o que sinto.

16/09/2013

NÃO É

Mais uma noite se passou e com ela a insônia também... e nestes momentos de café, cigarro e pensamentos vem as decisões pois o corpo está relaxado, mas a cabeça não.
Onde é o meu lugar? Um dia todos se perguntam isso e as vezes chegamos a conclusão que não estamos no lugar certo, que devemos buscar nosso lugar ao sol. Ter a sensação que para outras pessoas é normal: amar e sentir-se amada.
Por muito tempo busquei isso e fiz tudo o que estava ao meu alcance para realizar isto, porem agora, jah cansado de correr atrás da borboleta vou cuidar do meu jardim, e deixar que esta borboleta voe.... quem sabe quantas mais aparecerão em meu caminho.
Já ouvi que o amor é uma via de mão dupla, mas tenho amado sozinho. Tenho buscado um futuro juntos sozinho, tenho tentado salvar algo que está morto a muito tempo. Morreu ou nem nasceu?
Se houve alguma coisa foi há algum tempo, foi num dia muito distante, hoje nada mais resta.
Começar de novo, buscar do zero. Iniciar pelo verdadeiro inicio e não mais tentar transformar o fim em um novo inicio.
Se fosse bom era o inicio, mas não é.

20/09/2013

E QUANDO NÃO É PARA SER?

Olho para o céu e o que vejo / São nuvens carregadas de você / Piso a areia e penso no teu beijo / Sei que um dia vai acontecer  // Tudo é ausência no que quero / Um barco no horizonte que não vem / Você era somente o que faltava / Pra me faltar tudo de uma vez
Hoje me dou o desplante de começar esta crônica com Ana Carolina em sua musica “Luz Acesa”. Esperança boba, espera tola.
As vezes demoramos a perceber que algo não é para a gente. Mas quando a gente percebe a vida parece que entra em ruinas.
Me pergunto se a dor de um casamento que acaba com seus 30 anos de existência é a mesma dor de saber que quem esteve do teu lado por apenas algum tempo, estava apenas de corpo presente?
Você entregou tudo o que tinha e o que não tinha: tanto no lado financeiro quanto psicológico, amoroso, e todos os seus lados possíveis e imagináveis e a pessoa não lhe retribuiu em nenhum momento nenhuma dessas suas doações;
Sei que o amor nada espera, mas num relacionamento a troca deve ser mutua. O vácuo, o vazio e o nada não preenchem uma relação.
Relação que você sustentou, que você manteve, que você lutou para que desse certo, mas que a outra pessoas, quem sabe, nem percebeu que era uma relação.
Nessas horas recorre a psicanalise, a psicoterapia, a psicóloga, a cartomante, o pai de santo, tudo ajuda a resolver um problema que é simples e que poderia ter sido visto desde o inicio: não existe amor reciproco. O amor é de apenas um dos lados.
Nessas horas a gente divide o que? A casa que vivemos, as coisas que compramos, tudo que adquirimos juntos? O sentimento também será repartido? Um pouco de amor para a pessoa que esteve contigo mas não te amou por completo.
Até onde podemos influenciar uma pessoa? Até onde podemos cuidar de outra pessoa? O quanto podemos nos doar a outro?
O amor não machuca. O amor é pleno. O que machuca é o amor não correspondido. É a indiferença. É a solidão de duas pessoas que mesmo juntas estavam sozinhas. Uniram duas solidões em uma só para tentar melhorar e permaneceram só.
O amor não acaba, o que acaba é a vontade de lutar por algo que só você viveu. Desistimos de querer que aquilo que existia em nossa mente torne-se realidade.
O amadurecimento faz com que nos tornemos mais sábios ou mais sujeitos à esse tipo de dor? Crescemos, estudamos e trabalhamos, mas continuamos as mesmas crianças, virgens em todos os sentimentos e ações e cada vez que perdemos essa virgindade imaginaria a dor que sentimentos é interna, profunda, extensa, parece que não tem fim.
Hoje te olho dormir ao meu lado, com aquele mesmo ar de desprezo e medo do futuro que sempre teve, e me pergunto quem é você? Como pude por todo esse tempo estar ao lado de quem não estava do meu? Como pude ver amor e atitudes altruístas em alguém que só pensa em si e em seu bel prazer esquecendo que do outro lado bate um coração que por ele tem desejos, medos, angustias, sentimentos, amor?
O amor não acaba, mas o auto flagelo sim. Esse com toda a certeza vai machucando tanto a cada dia que um dia cansamos de sofrer e faremos de tudo para que ele acabe.
Que seja uma dor rápida, uma dor de puxar o curativo de uma vez só. Ver a ferida exposta mostra o quanto nós caímos de cara, corpo e mente em um relacionamento sem futuro. Mas essa mesma ferida exposta cicatriza mais fácil assim do que coberta.
Arrancar o esparadrapo pode doer, mas ter uma ferida aberta em carne viva embaixo dele doi mais.
Se hoje me pergunto que é você com toda a certeza sei responder quem eu sou. Sou aquele que te deu tudo e não teve nada em troca. Sou aquele que buscou solução para problemas que você criou. Sou aquele que lutou por ti, enquanto sentado tu me vias definhar e morrer um pouca a cada dia por ti. Sou aquele que depois da ultima batalha viu-se moído por alguém que não o amou, apenas se acostou a te ter. A te ter fácil demais. Sempre a disposição.
O que preciso agora é da tua ausência. Da tua partida. Da tua ida sem intenção de voltar.
Posso me reconstruir. Posso me montar de novo. Posso voltar a viver.
Serei assassino por matar o amor que em mim existia? Ou serei um herói por acabar com aquilo que me matava mas que em você nem tocava?

Noites me atravessam sem luar / Tardes que terminam sem ter fim / Um dia ainda consigo lhe falar / Da tempestade que causou em mim.

Agora as noites voltam a ser somente minhas, as tardes começam a ter um fim. Não preciso te falar da tempestade que você causou em mim pois você sabe muito bem como fez com que ela acontecesse. Mas depois da tempestade recontrui meu novo eu e quem sabe um dia encontre alguém disposto a fazer por mim aquilo qu por ti fiz e nada recebi.
Sentirei falta do teu sorriso mesmo sabendo que eu não era o motivo dele? Sentirei falta do teu toque mesmo sabendo que não era para mim? Sentirei a falta da tua ausência na presença ou da presenta em tua ausência? Sentirei a falta dos nossos diálogos tão monólogos quanto possíveis? Sentirei falta do homem que idealizei ter ou terei a coragem de admitir que montei em você alguém não que não existia. Conseguirei baixar o pano do teatro sabendo que a peça terminou incompleta? Como Mulan Rouge, termino meu ato num canto de dor, a cortina cai juntamente comigo e se encerra uma fase tão boa no palco mas tão deteriorada no camarim?
Como doi perceber que quando não é para ser, não será!

14/09/2013

PRORROGAÇÃO

Perder-se no vazio da mente. Encontrar-se no meio de milhões de ideias e lembranças. Recordar o não acontecido. Desejar um novo recomeço para algo que começou bem.

Da para entender o que quero dizer? Acho que não. A confusão que tange a minha vida neste momento e a leva em declínio continuo para baixo, para o fundo do poço, para a lama.

Espirito abalado, corpo cansado, mente fraca. Por onde recomeçar? De onde tirar forças para se reerguer e fazer a minha história acontecer?

Quando digo que meus heróis morreram de overdose não minto. Admiro aqueles que extraem da vida o que de mais intenso ela tem, fazem da alegria felicidade extrema e da tristeza profunda depressão e após conhecer todos os lados que a vida tem para oferecer decidem chegar ao limite do seu corpo... e ultrapassa-lo. Despedem-se da vida da mesma forma que a viveram, no limite, no máximo, no extremo.

Acho que já vi o que tinha de ver nesta vida: já sorri com meu time, já chorei com a morte de alguém próximo, já consegui minha promoção no emprego, estou prestes a concluir a faculdade, tenho amigos, família, uma casa, tudo o que uma pessoa normal precisa para viver, mas quando olho para o quadro geral da minha vida me pergunto: O que está faltando? Já passei por tudo, estou apenas vendo uma reprise que já cansei de rever. Estou vivendo os dias da mesma forma que sempre vivi. Nada novo, nada diferente, tudo igual.

Ou as coisas mudam drasticamente, da agua para o vinho, ou não sei o que sou capaz de fazer para colocar novidades na minha vida.

Preciso de gente nova, lugares novos, empregos novos, provas novas, problemas novos, uma nova vida.

Preciso decididamente voltar a viver. Trazer a minha essência a vida pois a sobre vida que venho levando esta roubando o meu folego a cada dia e me matando aos poucos... não gosto de espera. Não gosto de coisas lentas.

Chegar ao objetivo final sem prorrogações.

22/09/2013

AS VEZES APENAS...


Quando a gente se perde, onde nos encontramos? Quando não sabemos aonde nos vimos pela ultima vez como procurar? Porque mudamos tanto e, nem sempre, para melhor? Buscamos algo dentro da gente, o guardamos e em compensação nos perdemos.

Quando nos doamos a uma causa e esta se vê por terra, caída, como reergue-la?

Perdi a mim mesmo dento de mim. Meus pensamentos barram a minha procuram. Empecilhos aparecem a minha frente e me trazem duvidas.

Quando disseram para me doar, me doei, quando disseram para me recolher, não consegui mais pois me espalhei.

Quando dizem que não me reconhecem mais, não apenas fisica mas psicologicamente percebo o quão baixo desci na escala da humanidade. Quanto me rebaixei. O quando me esqueci. O quando pensei no outro e não em mim. O quanto me esqueci.

E hoje quero me reencontrar? Fazer as pazes comigo mesmo dará certo nesta etapa que cheguei?

Dizem que ao chegar no fundo do poço o impulso para sair pode ser maior... não consigo ver nada mais que a escuridão e um palmo que a cada dia desço mais.


Quero mesmo me encontrar? Quero mesmo ser encontrado? As vezes quero apenas sumir. As vezes quero apenas ser notado. As vezes quero apenas ser valorizado.As vezes quero ser olhado com olhos diferentes, não olhos acostumados. As vezes quero que vejam em mim o que vejo nos outros. As vezes preciso que façam por mim, um pouco daquilo que faço pelos outros.  As vezes apenas...

Como segurar uma lagrima?


A lágrima insiste em escorrer pelo rosto que um dia apenas quis sorrir. Ela faz-se necessária, já que o sentimento que esta no peito, ali não cabe mais. Extravasa. Vaza. Escorre. Lava.

Porque ainda permitimos que o meio exterior machuque tanto o nosso mundo interior? As coisas aqui estavam tão bem. Estava tudo ocorrendo como o planejado, e apenas um olhar, uma palavra, uma ligação, uma imagem destrói seus sonhos e esperanças.

Não culpo ninguém por isso, culpo a mim mesmo, pois eu me permiti colocar na mão de alguém que não sabe o que fazer consigo mesmo. E aos poucos me sufoca, me larga, me puxa, me solta e em todas essas indas e vindas me machuca mais.

As lagrimas escorrem numa velocidade e numa proporção que não tenho comom controla-las. Elas vem. Limpo uma, mas mais delas vem atrás para resgata-la e faze-la lembrar. Fazer-me lembrar que um dia fui feliz.

Porque a minha felicidade acabou desta forma, e em forma de lagima escorre por mim, percorre meu corpo e se vai... parece que nunca mais vai voltar.

Como posso controlar meus sentimentos? O que faço para não chorar? Como segurar uma lagrima que insiste em cair pelo mesmo rosto que um dia fizestes sorrir.

08/09/3013

MANHÃS

Começa setembro. Vi os seus primeiros raios de sol surgirem juntamente com meus melhores amigos: cigarro e café.

Como pode, eu, diferente da maioria das outras pessoas não sentir nada de sono durante a noite. Vou dormir na hora em que os outros estão levantando? A cama me traz pensamentos que não queria ter... e com isso vou caindo numa fossa terrível. Fossa da qual Maysa, Paula Toller, Ana Carolina e até Clarice 
Falcão começam a fazer sentido na minha cabeça e compreendem a minha dor.

Detesto a luz do dia... acho que por isso durmo durante o dia. O sol me cega. Sinto como se a minha vida tivesse sido regada a ele, pois não enxergo mais nada no meu caminho. Visa pessoal, sentimental, profissional e espiritual tem sido cegadas, já não sei aonde vou, onde piso, quem é de confiança, quem merece minha atenção e quem eu sou.

Perdido de dia. Desconsolado a noite.

Minha companhia continua aqui firme. Uma caneca após outra de café. Um cigarro pós outro. E juntos nos fazemos companhia. Juntos nos acabamos. Juntos nos terminamos.

Até quando será assim? Estou como Vanusa: "querendo sair, querendo falar, querendo ensinar meu vizinho a cantar nas manhãs de setembro".... mas nem eu sei fazer isso, não sei mais a musica e nem o seu tom, como poderei eu ensinar se primeiro devo aprender?


Preciso querer sair, preciso querer falar, preciso aprender a cantar, preciso aprender a ensinar, para então poder ensinar meu vizinho a cantar nas manhãs de setembro.... nas manhãs de setembro, nas manhãs.

DESAMOR A VIDA

Será que me odeio tanto assim? Será que o meu desamor próprio conseguiria me derrubar, me pro para baixo, me fazer cair mais? Será que com todo esse desamor, essa falta de auto estima ainda consigo amar alguém e me doar por completo?

Sei que não podemos dar aquilo que não temos. Como posso dar amor se nem ao menos isso sinto por mim? Nas madrugadas de insônia regadas a cigarro, café e outras tarjas pretas percebo o quanto estou destruindo meu corpo. Quando olho os relacionamentos nada saúdaveis que me cercam percebo o quanto acabo com minha lama e espirito.

Onde está a minha paz se não consigo nem ao menos saber onde estou? Onde posso chegar se caí no meio de um labirirnto e nem forças tenho para me por de pé novamente?

Sempre pensei grande, quis ser grande, ser mais, ter mais.... percebo que fracassei. Me reduzi a vícios, pois eles me compreendem... enquanto uns estimulam meu fim outros tazem um alivio para esta alma fatigada.

Meu corpo está cansado, minha mente não para. De que jeito vou estar daqui há algum tempo? Estarei em algum lugar daqui a pouco tempo? Serei parte de alguma coisa?

Por enquanto sou o que restou de mim.

18/08/3013

INVERNO

Hoje eu vi o sol aparecer em meio a nuvens. Não sei o que está mais cinza e carregado, se o tempo la fora ou os sentimentos aqui dentro.
Vejo aquele sol e penso em quantas vezes mais terei de ve-lo surgir e desaparecer sem que nada mude neste intervalo de tempo. O vazio permanece firme em mim. O inverno está por acabar dando espaço a primavera e me pergunto também se o inverno interno irá logo acabar.
As flores sorrindo, os amores surgindo, as coisas acontecendo.
Hoje, sinto como se corresse atrás de algo ou alguém no escuro. Coisa tal que não sei o que é, de que forma virá e como será. Mas ao tocar no escuro e sentir algo, fujo. Medo, puro medo.
Medo do que virá. Bom ou ruim? Não sei. As nuvens cinzas que percorrem a minha cabeça e a carregam de duvidas, perguntas, questionamentos e medos não me deixam ver nada a minha frente. O tempo nublado dentro de mim acaba me isolando do mundo.
Sinto falta de um pedaço de mim que nem sei dizer o que é.
Enquanto isso, meu cigarro e meu café permanecem firmes ao meu lado. Companhia eterna e sem compromisso algum. Sem cobranças. Apenas um curtindo o outro. Um aproveitando o lado bom e o lado ruim de ambos. Eles de mim e eu deles.
A fumaça que me acalma nas inquietudes é a mesma que está me matando aos poucos. O café que faz com que salive ao sentir o seu sabor é o mesmo que me impede de dormir uma noite inteira de sono.
E em meio a fumaça, insônia, medo, nuvens escuras, tempo nublado e inverno está alguém que se sente frágil, perdido, esquecido, desamado, amargurado, solitário e por mais que acompanhado, sente-se sozinho e sem amor, esse alguém sou eu.
Muito prazer, eu sub-existo!!!!!

06/08/2013

O que cabe na palavra mãe?


Mãe... palavra pequena e doce, mas carrega em si todo o amor e carinho infinito. Cabe nesta palavra a beleza daquele sorriso que só uma mãe sabe dar. Cabe também a gargalhada de alegria que invade a casa quando algo acontece. Cabe a proteção quando o filho ou filha está doente, carente e até mesmo ausente. Cabe a preocupação quando o filho vai pra aula, trabalho ou passeio. Preocupação que se mostra quando ela, de joelhos, pede a Deus que proteja aquele pedacinho dela que não está ali.
Na palavra mãe cabe toda a repreensão necessária para um adulto compromissado e respeitado se tornar. Cabe também aquele olhar de reprovação quando algo não deveria ser feito mas já foi. Cabe a palmada dada na hora certa para a correção de erros que mais tarde, não fosse aquela palmada, teria se tornado uma falha de caráter.
Mãe... nesta junção de letras cabe um porto seguro. Um lugar que sempre poderemos voltar, ir e vir, aonde sempre encontraremos abrigo independente da idade, distancia, ou qualquer situação que nos tenha separado. Cabe também um lar dentro desta palavra, um ambiente , não só composto por paredes e teto, mas sim composto de amor, companhia, alegria, tempero, carinho, correção, compreensão. Cabe o calor, quando o frio deste mundo toma conta do nosso corpo e coração.
Na palavra mãe cabe a compreensão, a aceitação. Quando todos viram as costas ela abre aquele abraço que te cobre, protege, te impermeabiliza perante aos comentários, criticas e todo o mal que vem dos que nos cercam.
Mãe é a palavra mais completa, mais cheia de significados, e quanto mais o cabelo desta pessoa fica ralinho e branco mais significado agrega.
Dentro de tantos significados cabe o nome, que para mim é o mais lindo e o que mais preenche o verdadeiro sentido da palavra mãe: ILENA.
Ilena é tudo o que uma mãe representa, é e deve ser. Hoje, já adulto, levando a vida com as minhas próprias pernas não deixo de pensar na complexidade deste nome... nome que me  carregou em seu ventre, me alimentou quando pequeno, fez minhas vontades mesmo tendo que abrir mão de alguma coisa para si, que se entregou de corpo e alma na criação de um ser que hoje olha para trás e não tem palavras para agradecer tudo o que ela fez e ainda faz.
Ilena, te carregarei sempre em meu coração e onde eu for ouvirei tua voz, conselhos, dicas e criticas pois sei que só fazes isso porque a tua missão é ser a mão de Deus aqui na  terra guiando o caminho que devo seguir.
11/05/2013

PELE E PELOS


A sensação de perda é a pior que poderíamos sentir. Perder alguém que amamos é a dor que nos corrói por dentro, nos desmorona. Não temos como disfarçar a tristeza dessa perda.

Na morte de alguém querido, entendemos que a vida é um ciclo: tudo começa e termina. Sabemos que a pessoa que tanto amamos não está ali por motivos de força maior. E quando perdemos a pessoa que amamos por vontade dela própria?

O que fazemos quando a pessoa que mais amamos no mundo pára, e em silencio diz que acabou. Ela decidiu sair, decidiu nos abandonar. Não quis mais estar aqui ao nosso lado.

Ficamos sem chão e paredes, perdemos a sentido da nossa fraca existência e nos enclausuramos num rio de magoas, tristezas e incertezas. As vezes a enxurrada de sentimentos é tão grande que estra-vaza nosso interior e se mostra como lagrimas caindo pela face. Aquela face que um dia foi acariciada, beijada, lambida, sentida, amada. Hoje é apenas uma face que parece que logo vai ser esquecida ou pior: trocada.

Aqueles beijos não fazem mais sentido? Meu toque já não te satisfaz? O meu amor já não é o suficiente? O que poderia eu fazer? Trazer para dentro de mim a lagrima que escorre pela face... uma gotinha que vem carregada de dor, magoa, frustração  medo, solidão e saudade. Recolher todos os beijos que carinhosamente dei em todo o seu corpo? Retirar as minhas digitais do seu corpo inteiro?

Pés, pernas, coxas, nádegas  barriga, dorso, peito, braços, pescoço, rosto e cabelos? Onde mais te toquei? Posso ter tido o seu corpo inteiro, tocado o seu corpo inteiro, mas não tive o seu coração por inteiro, acho que nem ao menos consegui toca-lo.

Sentia bate-lo, mas não sabia que o motivo de suas batidas não era a minha existência e nem o meu amor.
Teu perfume ainda está impregnado na nossa casa, ou melhor, minha casa. O cheiro do nosso amor está grudado em nosso lençol, ou devo dizer meu lençol?

Tua mão firme a me tocar. A minha que delicadamente acaricia cada pedaço, cada parte de você.  Minha perna fraqueja ao pensar que não sentirei tua respiração pesada junto a minha. Teu corpo novamente junto ao meu. As pernas que um dia me ergueram do chão, me levantaram para o alto, me mostraram que correr é melhor que caminhar hoje seguem em seus passos sozinhas... e as minhas voltam a fraquejar.

Minha pele nos teus pelos  meus pelos em tua pele. Minha boca na tua. A tua boca na minha. Lambidas... mordidas... chupadas... e  juntamente com a seiva da minha virilidade foi sugada a minha alma pela tua boca, pelo teu corpo e alma.

Onde saberei separar o eu de você, se você estava completamente dentro de mim. Não sei mais onde você está pois sinto só você dentro de mim, vivo em mim, pulsando, sentindo, curtindo, gozando, sendo....

Quem somos nós hoje? Você continua vivo, com duvidas porém você mesmo. E eu? Eu sou aquilo que sobrou de você.

Somente as sobras daquilo que você foi e que hoje quer esquecer. Mas uma coisa eu te peço: não me obrigue e te esquecer enquanto o teu gosto não sai da minha boca e o toque das tuas mãos no meu corpo continua quente.
17/10/2012