MISSÃO CUMPRIDA

Soldado, missão cumprida. Descansar!
Muitos nascem sem planejamento, sem uma preparação, por descuido e por muitos outro motivos. Eu sou privilegiado. Nasci com um objetivo, fazer companhia a minha avó que alguns meses antes perdera sua filha mais nova. Já nasci com essa missão em minha mente. E nos meus 22 anos pude faze-la.
Logo de inicio, precisei dela, da sua atenção e cuidados. Mas a companhia sempre foi o maior objetivo. Ali estava, alegrando suas tardes, suas manhãs, seus dias inteiros e principalmente a sua vida.
Pude ouvir de sua boca diariamente a narrativa de seu amor incondicional a mim, e a razão de sua existência ser a mim atribuida. Me alegrava por isso, sentia-me importante, como se minha função estivesse sendo cumprida.
Por razões da vida, fui para a escola e depois para um emprego. De lá telefonava todos os dias no meu intervalo e almoço. Ouvir sua voz me acalmava. Mas mesmo assim eu continuava sendo a razão de sua existência.
Aprendi muito com ela, valores, respeito ao próximo, ajudar a quem precisa, viver o hoje e muitas outras coisas, mas uma, a mais importante, ela não me ensinou: o que fazer depois que ela não estivesse mais aqui.
Nunca pensei na possibilidade disso acontecer. Pois nossa vida estava tão interligada que pensava eu que quando uma acabasse a outra também acabaria. De fato isso aconteceu. A dela acabou de súbito e a minha foi se acabando aos poucos.
Não sei o que fazer agora, pois a razão da minha existência se foi. Há um ano estou vagando e não encontro outro motivo, outra missão.
Não aprendi a viver sem você. Pedi para me levar junto. Mas a resposta foi somente um vazio, uma sensação de impotência. Um dia sei que estaremos lado a lado, mas até esse dia chegar o que eu faço? Como devo levar minha vida se minha missão esta cumprida?
Hoje, vejo que fiz o meu trabalho. Desempenhei o papel proposto a mim da melhor maneira que pude. Agora estou sem missão. O “projeto” acabou e só me resta a pergunta: O que fazer agora?
Missão cumprida. Descansar?
08/10/2010

BATATISMO?

[...] O que é que eu sou? Eu vim por que? Pra onde eu vou? Onde é que eu estava?... Você não sabe, eu também não sei. Somos o todo, feito de nada.[...]
Você se sente rejeitado? Você sente como se não entendessem você. Olhe para a batata! A resposta é o batatismo. Batata... Salve a Grande Batata! Todos pela Batata! Quem não entrar para o batatismo será considerado herege, sendo queimado na fogueira por rejeitar a grande batata. Vivas a Batata!
Estava assistindo a televisão hoje a noite e encontrei um programa super antigo, da minha infância, a família Dinossauro. No programa, o Baby questiona o porque de suas existências. Queria saber porque eles existiam e nisso a pergunta dele vai tomando proporções enormes, começam os questionamentos em escolas, empresas e nisso o caos geral começa se instaurar na comunidade.
A economia vai decaindo pois as pessoas começaram abandonar seus empregos e entraram numa loucura geral. Então cria-se a crença no Batatismo... método de acalmar a população achando respostas para suas grandes questões de vida. Porém quem discordar do Batatismo será condenado a fogueira.
Hoje achamos muitos métodos para responder a essas e a muitas outras perguntas existenciais que nos rodeiam: cristianismo, espiritismo, islamismo, e o mais recente lançamento da humanidade sempre inconformada com tudo, o espiritualismo. Para tudo tentamos achar resposta, soluções, desvendar mistérios. Mas para que fazemos isso?
Achar respostas não vai mudar o nosso dia a dia. Não vai mudar a forma como vivo a minha vida. Não vai mudar a forma como vejo os meus vizinhos, superiores, amigos e até a mim mesmo.
A minha conclusão é a mesma do programa: não importa no que você acredita, o importante é que possamos viver em harmonia e união independente das nossas crenças e convicções.
Se crer em Deus te torna uma pessoa melhor, maravilha. Se crer em Alá te traz paz, muito bem, firma-te em Alá. Se Allan Kardec te ajuda a ser uma pessoa melhor, fantástico. Todos somos irmãos, feitos da mesma matéria. Minha crença não é melhor que a tua, assim como a tua não é melhor que a minha, simplesmente a minha crença responde as minhas questões da forma que eu gosto e da forma que penso ser a melhor para mim, assim como a tua te trás o mesmo efeito.
Nem melhores e nem piores... apenas seres humanos em busca de um algo mais. Em busca daquilo que cremos ser o correto... enquanto isso, vamos acordar cedo, trabalhar, estudar e continuar vivendo.
Tenho minhas respostas e você tem as suas. Somos felizes assim, vamos sentar um dia e contar pra nós mesmos o porque optamos por uma crença ou outra... quem sabe assim possamos nos olhar como irmãos nesse mesmo dia. Sem o melhor e o pior, mas de igual para igual.
O certo e o errado dependem daquilo que trago dentro de mim... não daquilo que os outros julgam por suas crenças e convicções.
05/10/2010

SAÍDA DE EMERGENCIA

[...] Tento achar que não é assim tão mal, exercito a paciência. Guardo os pulsos pro final, saída de emergência. [...]
Alguém sabe onde eu compor uma vida nova? Acho que a minha passou da validade.
Já se sentiu assim? Eu me sinto assim. Como se o cristal tivesse se partido em milhões de pedaços. Tudo perdeu a graça. Mas isso não ocorreu de uma hora pra outra, foi o acumulo de uma coisinha aqui, outra ali e assim por diante.
Não foi acordar hoje e ao olhar no espelho perceber que sou um inútil. Foram anos de trabalho das pessoas que me cercam, hoje era um “incompetente”, amanhã era um “idiota”, depois um “inútil” e o auge foi a uns 5 meses quando ouvi a seguinte colocação: “Tu nunca vai ser alguém na vida. Sempre vai depender de mim. Será que tu não percebeu isso?”
Esse foi o auge. E ao ouvir isso meu mundo desabou. Estacionei. Parei. Perdi as forças e a respiração. Eu estava fadado ao fracasso. Fui preparado para fracassar. Para não ser ninguém e quando tento me impor ao contrario disso sou apedrejado pelas mais variadas formas de ofensas verbais possíveis.
Humilhante... exaustivo... cansativo... médicos... clinicas... anti depressivos... bela combinação... composição da minha vida.
Antes, ao me esforçar ficava feliz em ver onde cheguei e adorava saber que tinha sido com minhas forças. Hoje elas se tornaram fracas. Não consigo mais. Não tenho mais força e não tenho mais vontade... quem dirá força de vontade!
Não consigo ver saída desse circulo vicioso que minha existência atingiu. Sinto-me como um ratinho preso na gaiola rodando naquele brinquedinho que não o leva a lugar algum. Esforço em vão. Correr e nunca chegar. Buscar e nunca encontrar.
Não queria ser assim. Não queria ter desistido dos meus sonhos dessa forma. Mas não sei como ser e fazer diferente. Ao olhar onde posso chegar ouço pessoas me dizendo que não sou capaz... que não consigo.
Ficar cego, surdo e mudo... essa pode ser a solução. Quem sabe tudo isso agregado a um espaço delimitado de 2x1, frio, sem luz e abafado.
Abafado tem sido os meus gritos. Abafados eles estão dentro de mim. Sinto que vou enlouquecer se não solta-los. Sinto que vou ser repreendido se solta-los. Não sei mais o que sinto.
Não sei mais se quero sentir algo. Não sei se quero mais ver algo. Fugir agora poderia ser a solução... porém dentro de mim vai a voz daqueles que sempre me dsseram o quão incapaz eu sou. Fugir poderia ser a resposta, mas só se pudesse fugir de mim mesmo.
Tento achar que não é assim tão mal, mas é pior, porque isso ta acabando comigo.

Guardar os pulsos pro final... agora eu me pergunto: Será que o final já não se deu a muito tempo e só eu não percebi? Saída de emergência, JÁ!

06/10/2010

FALTA PAIS NO MERCADO, COM EXPERIÊNCIA

Esta semana, folheando uma revista num consultório medico, encontrei uma matéria incrível escrita por uma jornalista que colocava sua opinião sobre a proibição das chamadas Pulseiras do Sexo, originada com esta função na Inglaterra e trazidas para Brasil meses depois com este mesmo intuito.
Ela coloca de maneira simples e verídica que a forma como foi colocada a proibição de venda e do uso das pulseiras em escolas é uma forma de livrar a sociedade e os pais de suas responsabilidades como mestres e instrutores de valores e respeito a seus filhos e alunos.
Estamos vivendo numa época que a violência nunca predominou tanto. A gravidez na adolescência tem feito parte do dia a dia da sociedade, sendo que todos nós conhecemos ou somos parentes de alguém que passou por isso. E por que isso está acontecendo?
Simples, faltam pessoas que ensinem valores as crianças.
Meus pais nunca foram de muito dialogo. Lições não me foram passadas de forma verbal. A vivencia deveria ter sido meu aprendizado. Não posso dizer que foi de todo o mal, porém a carência que fica da falta de dialogo fez que, por um período no inicio da adolescência, eu me perdesse em meus conceitos e valores.
Nessa fase, filmes como Harry Potter, me mostraram que uma vida chata poderia transformar-se em uma vida divertida e fascinante num passe de mágica, e o incrível é que assim como eu, Harry era um menino apagado, sem muitos amigos, calado e com pouco espaço no mundo. Realmente como me sentia.
Crepúsculo, outro filme que me chamou a atenção, pois pálido como sempre fui, corpo sempre gelado e aparência anêmica fizeram parte da imagem que sempre vi refletida no espelho. Além do mais, vampiros são seres desprezados pelos demais membros da sociedade, e a incrível semelhança é que devido a algumas questões pessoais que tornaram-se de domínio e questionamento publico também sempre fui desprezado pela maior parte das pessoas ao meu redor, por motivos que vão desde o medo do diferente até princípios ditos cristãos.
Pulseiras que tem esse significado sexual, mostram que a falta de dialogo não foi somente aqui em casa. Em muitos lares não se encontram pais preparados para uma conversa franca e aberta com seus filhos. Uma conversa entre amigos. Pai e filho. Olho no olho.
Cada adolescente ou jovem tem uma maneira de extravasar essa revolta e esse sentimento de exclusão que fazem parte de suas vidas provavelmente desde a infância, uns utilizam filmes fantasiosos com realidades impossíveis porem com a convicção de que são reais, outros com pulseiras que os integrarão a grupos onde suas verdades serão aceitas e suas presenças serão notadas, outros tomarão caminhos mais pesados como as drogas, prostituição, trafico e outras maneiras de auto destruição, trazendo assim para o exterior a dor interior que os consome.
Independente do modo utilizado para chamar a atenção ou mascarar a realidade encontrada em casa, vê-se que a nossa sociedade carece urgentemente de pessoas preparadas para o dialogo aberto.
Se meu medo de ter filhos é cria-los da mesma forma com que fui criado, devo pensar duas vezes antes de te-lo, pois seu sucesso ou fracasso estará prescrito por mim, nas atitudes tomadas com relação a sua criação e ensino. Não terei um filho que será criado pela televisão... não terei um filho para ser educado por estranhos sabe-se lá com que valores e idéias.
Enquanto isso a idéia é tentar me fortalecer, procurar sanar as carências que ficaram e ajudar outros jovens que, como eu, não tiveram dialogo e presença, mas que diferentes de mim, se perderam em sua busca por aquilo que lhes traria alivio e o sentimento de fazerem parte de uma sociedade que se importa com eles e nota a sua presença.
Sou grato a meus pais por tudo que me deram, porem sinto falta daquilo que não tive, a sua presença nas questões que muito me atormentaram e machucaram, das quais eu sarei e me livrei por vontade própria, por meio de livros e pessoas de minha confiança, das quais posso destacar minha avó que será eterna em minha mente e coração.
Pessoas que realmente amamos nunca nos abandonam. Na sua ausência física podemos busca-las em nosso coração em mente, onde viverão eternamente junto a nós.
Obrigado por me ajudar a ser quem sou. Alguém verdadeiro, intenso, com caráter de um ser humano, não uma maquina, um robô.
Procura-se pais com experiência, ou pessoas que tenham boa vontade de mudar uma realidade fadada ao fracasso... está disposto a fazer a diferença?

01/10/2010

ERRAR TRES VEZES É HUMANO?

Na véspera de escolhermos nossos representantes pelo próximos quatro anos, ouço propostas incríveis que tornariam o mundo um lugar maravilhoso de se viver, SE fossem colocados em pratica, porém sabemos que a realidade do país não é bem essa. As dividas, as preocupações e interesses pessoais, e a idéia de uma possível reeleição acabam se tornando prioridade independente da pessoa que estará a frente das decisões para o bem do país.
Pensando da seguinte forma, fico apavorado ao perceber que para trabalhar em qualquer empresa é necessária uma certa preparação, um certo conhecimento e experiência e nos cargos públicos o que vigora é a encenação de pessoa carismática, coligações para fortalecimento enquanto a capacidade de governar e evoluir é deixada de lado.
De quatro em quatro anos, vamos as urnas exercendo nosso direito (que ao meu ver é mais uma obrigação, pois direito seria se eu pudesse escolher ir ou não, como sou obrigado passa de direito a obrigação), direto de escolher a pessoa que achamos apta a função pretendida. Porém fico preocupado ao ver que promessas rotas tem prevalecido, encenações de uma infância pobre, de uma vida em prol da sociedade é mais bem aceita do que a realidade.
Não é o caso de rebelião, pois como disse um amigo meu: independente de quem ganhar eu terei de continuar levantando cedo para trabalhar. A questão é maior que isso. Ter a possibilidade de trabalhar somente será garantida se a pessoa que estiver tomando as decisões for apta para isso e capaz de ver a possibilidade de crescimento juntamente com a perspicácia de fugir de crises ou abalos econômicos.
Quarta série não pode ser padrão para escolha de nossos líderes. Pois com a quarta serie nem emprego se arruma, porque para um cargo tão importante isso não é relevado?
Estamos prestes a tomar uma decisão importantíssima para o nosso futuro. Ideais devem ser reavaliados. Governos devem ser pesados. Propostas devem ser analisadas de acordo com a realidade e não com o sonho de cada pessoa. Políticos devem ser escolhidos pelo caráter e não pelo carisma ou dinheiro empregado em sua campanha.
Podemos mudar a nossa realidade. Devemos mudar aquilo que não está bom. Temos essa oportunidade. Não podemos deixar essa oportunidade passar em branco.
Temos de acordar e brigar por aquilo que acreditamos. Se o partido A traduz aquilo que acredito, ponho meu voto ali, se o partido B vai ao encontro daquilo que acredito, devo lutar para que isso se torne realidade.
Minha visão está formada. Tenho meu partido de preferência. Tenho meus candidatos desde o inicio da campanha eleitoral, porém assisti a debates, entrevistas, visitei sites e busquei maiores informações, pois votar não é brincar. É ser racional. É ser sábio. É ser um cidadão civil consciente e atuante e então após quatro anos olhar para trás, pesar os pros e contras e acertar nas decisões.
Agora vou esclarecer o fato de abrir este espaço para estes comentários. Quatro anos atrás fui as urnas e depositei meu voto de confiança em alguns candidatos que considerava sérios e comprometidos. Aquilo que foi prometido por eles não foi cumprido. Não esqueci seus rostos e nem suas propostas, por quatro anos acompanhei seus passos e decisões. Me arrependi de ter votado neles, porem dessa vez eu não vou me enganar novamente. Vou dar meu voto a outras pessoas que considero capaz de fazer aquilo que prometeram, se não cumprirem, daqui quatro anos votarei em outros, nem sempre vou acertar, mas errar novamente não mais.
Errar uma vez é humano... duas é burrice... três é estupidez!

30/09/2010

A PROXIMIDADE QUE AFASTA

Corri para o computador, abri meu perfil em um site de relacionamentos, meu micro blog, li meus e-mails e os respondi. Essa é minha rotina diária. Então, hoje, parei para pensar...
A internet abriu portas incríveis de comunicação. Uma pessoa como eu pode ter amigos em todos os cantos de mundo. Pode ser o que quiser. As fotos podem te tornar lindo (não é o meu caso, mas se quisesse era só usar um photoshop), atraente, charmoso e outras tantas qualidades que podemos criar neste santo e maravilhoso programa de computador. O teu perfil pode fazer você parecer uma pessoa importante, decidida, inteligente, porém essa não precisa ser a verdadeira realidade.
Por trás do meu perfil existe uma pessoa medrosa. Alguém que tem medo de gente. Medo de pessoas, medo de se aproximar e se magoar. Acho que por este motivo prefiro a internet. Não tenho contato direto com as pessoas. Confesso que um bloqueio no msn ou orkut me deixa realmente magoado, porém é muito mais fácil a recuperação.
Uma cara virada, um bom dia não dito faz com que a dor seja maior. Isso tem me afastado das relações inter-pessoais. Isso tem me deixado excluído da vida social real, mas também tem me proporcionado uma realidade melhor.
Se envio um e-mail ou um recado no orkut, realmente é porque a pessoa é muito importante para mim. E a minha forma de proteção é manter distancia.
Não sei até que ponto isso é bom ou ruim. Só sei que a distancia que o mundo virtual proporciona entre as pessoas é a minha garantia de um coração não machucado, uma lembrança sem magoas e maculas, amizades perfeitas e fieis.
Não minto em meu perfil. Minhas fotos mostram a minha realidade. Porém apenas são palavras e imagens. Não são sentimentos, emoções e sensações. Isso fica guardado em meu peito. Dentro da minha memória.
Já fui tão machucado. Já fui tão submisso que hoje me imponho. Porém com o menor contato possível. Enquanto as pessoas falam como a internet afastou as pessoas, tornou os relacionamentos mais frios, elas não conseguem imaginar como isso me inseriu na sociedade. Realmente, para mim, foi uma questão de inclusão social.
Na internet sou alguém importante. Tenho meu blog. Tenho minhas comunidades. Tenho meus amigos. Estou inserido numa sociedade. Na realidade, sou uma pessoa introspectiva, envergonhada, tímida. Não consigo mudar. Sou assim. Relações pessoais nunca foram o meu forte.
A distancia impede que meu coração seja atingido. Porém na minha vida cotidiana, tem me tornado mais frio, mais ausente, menos presente, menos eu.
Mas se você quiser me encontrar e me ver em minha totalidade basta me enviar um e-mail, me adicionar em sites de relacionamento, me seguir em blogs e micro blogs... aí sim, você verá uma pessoa inteira, completa, de ferro, porém com um coração que bate... mesmo estando off, ali estou sempre presente. Diferente da vida real onde o tempo faz com que eu corra desesperado de um lado para outro, na internet estou sempre disponível... sempre presente... sempre amigo.
Sou mais que uma caixa, tenho muito mais que quatro lados. Por isso, ON ou OFF, sempre vou ser alguém que vai te agradar.
30/09/2010

SECULARIZAÇÃO DA IGREJA

Assinante da revista Conexão J.A. há algum tempo, deparo-me com a matéria de capa desta edição de outubro de 2010: Jesus sim, igreja não.


Gostei muito da matéria onde é colocada a necessidade da existência de grupos religiosos altamente organizados. Como muitos sabem, faço parte de um grupo religioso há um bom tempo, mas confesso que já pensei no fato de querer a presença de Deus na minha vida e não querer carregar uma placa de igreja em meu peito.

A questão é que o cristianismo muito pregado hoje em dia, tornou-se uma nova forma de repressão. O verdadeiro cristianismo baseia-se no fato da presença de Deus no dia a dia, na aceitação da graça de Deus, e na entrega total da vida a Deus, o que não consiste na realidade vista hoje em dia nas igrejas.

Ao entrarmos em qualquer denominação percebemos o fato e que seus membros passam mais tempo falando da vida do outro, das falhas de caráter de irmão, nas dificuldades deles em guardar e observar questões propostas pela denominação escolhida por ele para fazer parte.

Esquece-se que a salvação pregada na bíblia é individual. Eu não posso interferir no teu cristianismo, eu não posso viver a tua vida, assim como você não pode viver a minha.

Passamos um trimestre estudando as cartas de Paulo aos Romanos. Lá percebemos seus conselhos para os cristãos de Roma na sua época. Conceitos que podem e devem ser traduzidos para o cristianismo deste século, desta era em que vivemos. Porém me impressionou o fato de que alguns, minutos após lerem e ouvirem comentários de outras pessoas, depois da troca de informações obtidas através desse estudo aprofundado, ainda tiveram a capacidade de fechar a bíblia, levantar de seus bancos e dirigirem seus olhares maldosos e cheios de criticas a outros irmãos.

Não absorvemos aquilo que devemos. Não estou condenando ninguém. Não digo siga este caminho ou siga aquele. Apenas aconselho aos meus amigos que ao aceitarem e escolherem fazer parte de uma denominação estejam certos de suas crenças, não tenham duvidas de seus preceitos e se decidam por completo. Não vivam uma vida dupla. Pois a vida dupla faz com que ao fazer algo errado escondido eu tenha de ressaltar e aumentar erros dos outros para que o meu erro seja imperceptível ou minimizado, passando para a sociedade um cristianismo que conhecemos muito hoje, aquele que diz: Faça o que eu digo e não faça o que eu faço.

Fico decepcionado ao ver que as pessoas que dizem ter encontrado o verdadeiro Deus, possam, ao segurar uma bíblia na mão, julgar e condenar o seu irmão, pois aquele livro que está nas suas mãos diz que somente um é capaz e digno de julgar e condenar o culpado e absolver o arrependido.

Percebo que seu cristianismo é vazio. Sua mente é fraca. E realmente essa pessoa não se encontra convertida pela verdade e sim convencida da verdade.

Ninguém é melhor que ninguém. Deus me aceita como sou, e isso me basta. Meu cabelo não retrata aquilo que se passa em meu coração. Vaidade? Pode até ser, porem não deixo de embelezar meu caráter, minha mente e coração com o que é puro e verdadeiro para cuidar apenas da aparência. Além do mais, um dia vou ser cobrado por Deus, por aquilo que fiz com o corpo a mim emprestado por ele, e pretendo saber que o deixei da melhor forma possível podendo estar tranqüilo na hora da devolução.

Salvação ou perdição... Fogo ou vida eterna... isso a Deus compete me julgar. Enquanto isso, a mim cabe orar por aqueles que me perseguem para que encontrem o mesmo Deus amoroso e o único capaz de dizer o que é certo e errado, pois se eu estou dentro da piscina de lama, não posso brigar com você por você estar dentro dela.

Sujo por mal lavado, somos todos indignos de julgar... porem dotados por Deus da capacidade de amar e principalmente respeitar o próximo, pois somos todos seus filhos independente da placa que rege a minha norma de fé e minhas crenças.
30/09/2010