MEDO DA TUA RESPOSTA

Você já se apaixonou? Não falo de paixão normal, aquela de levar flores, de olhar uma foto e suspirar. Falo de paixão arrebatadora... aquela que arde dentro do teu peito e te consome... queima teu peito e teu corpo. Eu já tive e hoje abro meu coração...
Essa paixão queimou feito fogo na palha. Foram dias incríveis que pareciam intermináveis. Histórias para serem lembradas e se não fossem censuradas até serem lançadas em livros. Livros que variam de conto de fadas até cenas ardentes de encontros maravilhosos. Histórias para crianças e adultos. Cada uma contada de uma maneira, porém com a mesma essência em sua existência. Parecia ser pra sempre... mas não foi. Um dia terminou.
Não me pergunte por que terminou. Da mesma forma que veio, se foi. Pensei ser eu a pessoa certa, mas não fui. Apesar disso não posso dizer que não amei. Amei com toda a força do meu coração.
Não dava pra disfarçar. Todos percebiam a chama que ardia em nós. Iluminando tudo ao redor. Fazendo as coisas terem sentido. Corríamos mundos juntos, mas certo dia, percebemos que não nos enxergávamos mais um no olhar do outro. Porém isso não fez com que aquele desejo diminuísse dentro de mim... ele acalmou, mas não sumiu. Com o tempo pensei que iria passar, iria lembrar menos de tudo isso, mas foi ao contrario... lembro-me cada vez mais.
Sei que você está bem hoje. Passou por outras paixões. Eu também encontrei pessoas por quem me apaixonei, mas nenhuma delas me abraçou ou me deu a mão como você fazia. Por onde ando sinto seu perfume, sinto falta da tua presença, mas ali eu não encontro ninguém... só o espaço deixado por ti e ocupado por mais ninguém.
É difícil olhar hoje em seu olhar e dizer que não sinto nada, pois se disser isso estarei mentindo. Pelo menos a saudade permanece. Meu coração ainda bate em ritmo diferente ao seu lado. Sinto saudade do seu beijo, do seu abraço, do seu carinho... de passar tempo do teu lado... te sentir e deixar você me sentir. O abandono que tinha lugar dentro de mim sumiu quando num clarão você apareceu na minha vida. E depois que você se foi o abandono voltou deixando tudo mais escuro.
Fraqueza minha? Não sei, mas já chorei depois de conversar contigo. Chorei por lembrar que naquele dia estaríamos comemorando algo especial. Chorei por não estarmos mais ligados como estávamos. Chorei de uma forma dolorida, arrependida, sincera e sem disfarce ou cinismo algum. Chorei por saber que dentro de mim ainda resta alguma coisa daquilo que tivemos, mas chorei também por não saber se dentro de ti, resta nem que seja uma lembrança boa daquilo que vivemos. Não quero que o vento tire de mim aquilo que com muito carinho guardei dentro de mim...
Pego o celular na mão e te ligo, querendo saber se você ainda tem boas lembranças da nossa história e se ainda sente algo diferente dentro de ti. Ao ouvir o toque desligo rapidamente, pois não saberia o que dizer. Tenho medo de amar-te mais que a mim. Esquecer de mim e pensar apenas em você. São emoções que trago na bagagem da minha experiência que me impedem de viver um amor por inteiro.
Lembro-me de cada momento que tivemos juntos... os filmes, as brincadeiras, as risadas. Eternamente ficarão em minha mente... de lá nunca sairão, são minhas e somente minhas. Olho as marcas deixadas por ti dentro do meu coração, ali elas sempre ficarão. Não sei te dizer se algum dia poderei te esquecer... creio que não, tudo foi profundo e intenso. Amor igual, acho impossível de achar... amor não foi feito para ser eterno e sim intenso, e isso foi o que tivemos. Razão e emoção andavam juntamente conosco... união perfeita e completa. Dói saber que passou... dói profundamente. Ontem ficou no passado... hoje só a duvida e a incerteza... amanha já não sei se é dor, magoa ou apenas distração.
Tento através do meu olhar te contar o que sinto e o que penso. Tento dizer que quero você mais perto do que hoje estamos. Tento te dizer onde erramos e no que podemos acertar... fico na tentativa. Mas teu olhar não me diz se você quer me acompanhar.
Não falo e não espero ouvir. Tenho medo da minha reação. E por incrível que pareça, tenho medo da tua reação também. Tenho medo de me entregar de corpo e alma ou de fugir novamente ao perceber o significado que você tem pra mim. Pegaria a tua mão e diria aquilo que me coração sente, mas não me sinto preparado para manter aquilo que ele pede.
Acho cedo pra dizer que acabou, mas também penso ser tarde para tentar de novo. E se tentar de novo, poderá ser melhor do que foi? Sentia que juntos podíamos voar. Sentia você parte de mim... perto de mim... em mim... eu por completo.
Tenho medo de ouvir você dizer que nossa história é passado, e que no passado deve permanecer. Ouvir você retornar as minhas palavras dizendo que não sente nada. Que eu pra você não existo mais. Porém tenho mais medo de ouvir o contrario disso. Tenho medo de olhar nos teus olhos e dizer que ainda te amo como antes ou até mais e no retorno dado pela tua voz, ouvir da tua boca as palavras: Eu também.

30/07/2010

NADA TEM FIM

Certa noite fui dormir. Brinquei o dia inteiro e chegando a noite minha mãe colocou-me na cama e eu adormeci. Acordei no dia seguinte e tudo estava mudado. O quarto não era mais o mesmo. A cama havia mudado... e por incrível que pareça, a casa não era aquela que eu estava na noite anterior. O tempo passa e na pressa a gente não nota que a lua mudou varias vezes o seu formato.
Levantei assustado... enquanto corria procurando alguém que me explicasse o que estava acontecendo passei por um espelho. E, naquele momento eu vi que não foi apenas uma noite que se passou e sim alguns anos... uns bons anos.
O meu rosto não mostra mais a inocência de um menino de 5 anos. A idade não se mostra apenas no meu rosto... se mostra também nas falhas que já começam a aparecer nos meus cabelos. E neste mês de agosto se mostrará na folha do calendário. O vestuário da minha mãe mudou. O seu rosto já mostra marcas que expressam cansaço, cansaço causado por mim, naquela noite que eu pensei estar dormindo. Minha irmã que a alguns dias era um bebê, vira a pagina do seu diário onde anota coisas de sua adolescência, coisas que recordará pra sempre. Em vez de me arrumar para ir à escola, onde fazia o prézinho juntamente com alguns coleguinhas vou ao trabalho. Mudou o uniforme. Mudou o objetivo da minha existência... eu ainda não tinha percebido, e se tinha, fiz de conta que não.
Fui conservado em uma bolha. Longe do mundo real. Mundo que hoje faço parte e me deparo hoje com quase 23 anos e nada de concreto na minha vida. Não mudei... não cresci até hoje. Me mantive aquela mesma criança com o objetivo de brincar a cada dia até que este chegue ao fim.
Mas sabe o que é bom? Eu acordei e [...] Sempre chega a hora de arrumar o armário [...]. E a minha hora de arrumar o armário é agora. Hoje começou o meu futuro. Começou tarde, pois até então era só de presente que eu vivia a vida. Mas o que me acalma é saber que o tempo faz tudo valer a pena. Tudo é aprendizado e até os nossos erros não são desperdício. De tudo se aproveita algo.
Algumas grandes lições eu tiro disso tudo:
* Estudar sempre... alimentar nossa mente é indispensável. Isso tornando a nossa existência algo substancial e significativo.
*Buscar a Deus... alimentar nosso espírito, percebendo assim que alguém maior que eu olha por mim, se alegra por mim, chora comigo e me trás a sensação de que não estou sozinho.
* Procurar um emprego de verdade... sempre me dediquei as empresas que passei porém sem retorno (financeiro) nenhum e nem perspectiva de crescimento. Quero um lugar que eu use aquilo que aprendi até hoje.
* Ser sempre grato as pessoas a minha volta... por bem ou por mal todos nos trazem grandes ensinamentos, sendo através de sua amizade ou de sua inimizade. Todos deixam um pouco de si pra nós e levam um pouco de nós consigo.
* Amar incondicionalmente nossa família... toda ela, pai, mãe, irmãos, avós, tios, primos... todos eles são um pouquinho de nós. O sangue que corre nas minhas veias também corre nas deles. Consigo ver um pouco de mim em cada um deles. E creio que eles também vêem um pouco de si em mim.
* Ter um plano estabelecido... planos fazem com que tenhamos um objetivo para acordarmos todas as manhãs. Planos nos obrigam a correr atrás daquilo que nos trará felicidade a após atingidos, percebemos que a felicidade não estava apenas em alcança-los mas na sua busca e diária.
* Eu cresci, hoje sou um adulto, com os mesmos medos de quando era criança. Porém o monstro do armário hoje é menor que eu. Hoje sou mais forte do que era ontem. E amanhã serei mais forte do que sou hoje.
O final da minha fase de ilusão de vida acabou e com esse grand finale, um grande inicio se mostra a minha frente. Um belo livro repleto de paginas a serem escritas por mim. Na minha história eu sou o personagem principal e como o único autor dessa história, quem a faz sou eu.
Mas o desfecho da minha história fica a meu critério escolher... comédia, drama, romance...
E vejo que tudo ao meu redor muda, [...] Tudo cresce. E o inicio deixa de ser inicio e vai chegando ao meio, aí começo a pensar que nada tem fim [...]. Pois o final de algo é o recomeço de alguma coisa maior e melhor.
Aí começo a pensar que nada tem fim... e realmente, nada tem fim.
29/07/2010

AGOSTO, MÊS DO DESGOSTO

[...] fui eu quem se fechou num muro e se guardou lá fora. Fui eu quem, no esforço, se guardou na indiferença. Fui eu que consegui ficar e ir embora... eu quero sair, eu quero falar, eu quero ensinar o vizinho a cantar nas MANHÃS DE SETEMBRO [...]
Sempre ouvi a expressão “Agosto, mês do desgosto” e nunca concordei com ela, até este ano. Me deparo as portas do mês de agosto e esse mês que tanto amei, por ter uma data muito especial pra mim, mostrou-se frio e sem cor este ano.
Não tenho animo para comemorá-lo. Nem sei se tenho motivos para comemorá-lo. Sei que durante os 31 dias deste mês de agosto vou acordar achando tudo indiferente... achando todos os dias iguais. E nem ganhar milhões na Mega Sena me deixará feliz este mês.
O mês de agosto para mim é o mês do PRESTA CONTAS. Presto contas a mim mesmo do que fiz na minha vida e sempre me decepciono com meus resultados. Sempre passo por uma crise. Sempre caio numa deprê desgraçada que me leva mais abaixo do que em momentos normais eu me sentiria. Dia 21 então, é pedir pra morrer. Se eu puder ficar amarrado nesse dia e vigiado melhor. Porque esse dia dói. Ele me mostra que mais um ano passou... e simplesmente passou. Não fez diferença alguma na minha mera existência.
Lá pelo dia 31 começo a me recuperar, reconstruir meus castelos dos sonhos, me replanejar. Mas este ano quero chegar ao dia 21 de agosto com meus planos já estabelecidos e metas traçadas. Saber querer é minha meta para o dia 21 de agosto. E hoje eu sei que sonhos pequenos cansam e desanimam enquanto que sonhos grandes nos motivam e encorajam.
E parte desse sonho eu acho que já sei qual é, e posso defini-lo como uma busca. Preciso de um Google na minha vida. Preciso buscar por mim. Preciso buscar por novos ideais. Preciso buscar por sensações que nunca tive. Preciso buscar por alguém que não sei quem é... talvez seja eu mesmo.
Não vou me prometer não entrar em depressão este mês, pois vou. Isso eu sei. Sempre foi assim, aparentemente sem motivo, quem dirá este ano, quando no momento mais frágil do meu ano estarei sozinho. Buscarei uma mão para segurar e encontrarei apenas o vento da ausência e a brisa da saudade se encontrando com o vazio da existência humana.
Hoje busco alicerces fortes para meu castelo. Pois o construtor sou eu. E no final da vida, este castelo será minha memória aqui. Aquilo que fiz com minhas mãos. Boas notas, bom comportamento, boa conduta não dirão nada se nada tiver feito de concreto.
Meu ano termina em agosto, e pra meu inicio de ano, em setembro, desejo novos sonhos... novos amigos... novos lugares... quero o novo... o inesperado... quero novidade. Manter o que deve ser mantido e eliminar o que deve ser eliminado.
Setembro será o meu mês, e como a cantora Vanuza, o diabo loiro da juventude na jovem guarda, dizia em sua canção [...] eu quero ensinar o vizinho a cantar nas manhãs de setembro [...], em agosto estarei afinando minha voz, as cordas do meu violão, preparando minha banda, pois quando o show começar... a minha turnê será mundial... quero ir de norte a sul, de leste a oeste... pegar os quatro cantos da terra. Pois como já disse, o mundo é meu... e quero cada pedaço dele. Meu presente será conhecê-lo e conquista-lo.
E quando mostrar o meu valor e a minha capacidade a mim mesmo, talvez não seja mais tão doloroso o mês de agosto pra mim. E quem sabe o meu inicio de ano seja em janeiro como de todo mundo e meus sonhos e ideais estejam firmados dentro de mim sabendo que o que quero eu posso e consigo. Basta apenas acreditar em mim, ter Deus no meu coração, ser o mais justo possível, honesto com as pessoas e comigo, respeitar meus limites e fechar os ouvidos para aqueles que coaxam por não terem a capacidade que tenho e por não serem como eu sou.
E então ensinar, não só o vizinho a cantar nas manhãs de setembro, mas o mundo todo nas manhãs do ano inteiro.

24/07/2010

NOS TRILHOS DA EXISTENCIA

Caxias do Sul, nos trilhos do progresso. As pessoas ficam maravilhadas com o crescimento da cidade, sua expansão e seu desenvolvimento. Porém eu me assusto e ao mesmo tempo me preocupo, pois os meus trilhos não me levaram ao progresso, nem ao sucesso, e nem a felicidade... e essa frase trouxe-me novamente para dentro de mim.
Ao chegar dentro de mim, vi um trilho abandonado com a seguinte frase: RENATHO, NOS TRILHOS DO RETROCESSO. Trilhos que me levaram a seguir direções pré-estabelecidas por outros... caminhos que outros tomaram... mas que me impediram de seguir meus próprios sonhos e desejos.
Durante muito tempo pensei ser eu um trem, caminho já estabelecido. Ter que ver sempre os mesmos pontos de embarque, as mesmas horas programadas e fazer tudo direitinho para que a cidade, ou as pessoas ao meu redor tivessem um progresso. Até que com o passar do tempo vi que não sou um trem e sim um automóvel, um carro, não sou uma Ferrari, mas também não sou um trem. Durante tanto tempo andei por trilhos feitos por outros, com sacrifícios, trabalho duro e planejamento, mas não era isso que eu queria pra mim. Não era isso que me deixava feliz.
Percebi que, como um carro eu podia ir para onde quisesse, na hora que quisesse e do jeito que quisesse. Tinha tudo nas mãos para fazer da minha existência a existência completa e feliz que sempre sonhei. Poderia ser tudo aquilo que sempre sonhei, freqüentar os lugares que sempre quis, conversar com as pessoas que sempre me encantaram, porém devido ao tempo que andei nos trilhos já existentes antes do meu nascimento, programados para mim por aqueles que me amam com todo o carinho, que agora não sei pra onde ir.
Não foi programado e feito por eles para o meu mal, porém esse trilho me levava ao que eles consideram felicidade, vida, existência, trabalho, relacionamento, amigos... não foi levado em consideração as minhas vontades, e desejos na construção deste caminho. Fiz o que os deixava feliz até hoje, porém eu não era feliz. E entre a minha felicidade e a deles, hoje, opto pela minha... eles seguem o trilho que a vida lhes colocou no caminho e se adaptaram a ele e assim sentem-se felizes, completos e seguros... eu não.
Não quero voltar a andar em trilhos... sou muito maior que isso... e depois que percebi ser livre na estrada como poderia me limitar aos trilhos novamente? Porém não sei como fazer a partir de agora. E como carro, perdido numa estrada desconhecida, estacionei num acostamento.
Neste acostamento vejo os carros de antigos trens que hoje tem vida própria e caminho traçado por eles mesmos e não por outros. Descobriram desde cedo que não eram trens e sim carros... outros nem carros são, são aviões, aeroplanos, helicópteros, e outros inclusive pássaros. Vejo o brilho em seus olhos e queria também sentir os meus brilhando assim, mas todos seguem seu caminho, nenhum pára, nenhum me da o caminho a seguir pois, cada um tem um caminho diferente. Estão correndo atrás daquilo que os fazem felizes. Mas eu nem sei o que me faz feliz. Quem me faz feliz, ou melhor, o que é a felicidade? Seu sabor, sua sensação, seu calor...nessas horas, sinto saudade da segurança que o trilho me passava e sinto medo da estrada que se mostra na minha frente agora. Pelo retrovisor vejo tudo que se passou comigo: embarques, desembarques, chegadas, partidas, atrasos, problemas mecânicos de uma vida que não era minha e sim daquilo que pensava ser.
Hoje, não sei quem sou e nem penso em ser alguma coisa. Não sei o que eu quero ser. Os carros passam... uns devagar, admirando a paisagem. Outros a 200km/h e assim vão. Certos daquilo que querem. A mim, cabe a poeira que todos eles deixam, pois eles percorrem a estrada da vida... enquanto eu, permaneço no acostamento da sobrevivência.
Se me perguntarem pra onde vou, terei que responder que não sei... e neste mundo, quem não sabe pra onde vai... qualquer lugar serve, mas qualquer lugar não é o meu lugar.
To esperando... esperando uma placa... esperando uma bússola... esperando um sinal de fumaça... esperando um braço forte que me coloque novamente na estrada... esperando um sinal de onde devo ir... mas a decisão eu tomei.
Eu não sei aonde vou... mas agora eu vou!
E quem sabe, daqui alguns anos eu possa visitar-me dentro de mim novamente e ver um lugar grande, bonito e com uma placa indicando que ali está o Renatho, nos trilhos da sua existência!
22/07/2010

É PRA NÃO FICAR PIOR

[...] Hoje eu to sozinho... e já que eu to só, não sei se me levo ou me acompanho. Mas é que se eu perder, eu perco sozinho, mas seu eu ganhar, aí é só eu que ganho [...]
Amores que matam... amores que enlouquecem... amores quentes... amores de novelas... amores impossíveis... amores e amores. Atire a primeira pedra aquele que nunca fez o que é descrito no parágrafo logo abaixo. Nem eu, cético em relação ao amor e egoísta posso dizer que já não me encontrei desta forma.
Quem nunca morreu por um amor? Ou matou por um? Quem nunca sonhou com a pessoa ideal? Quem nunca fantasiou encontra-la e reconhece-la num olhar e no momento seguinte seus lábios se tocam como que por mágica... movimento suave e delicado... os corações aceleram... você percebe que aquela é a sua cara metade, a metade da sua laranja, sua alma gêmea. Vocês começam um relacionamento super romântico e amoroso... muitas caricias mas também muito companheirismo, amizade e afinidades... aí você acorda!
Você esta sozinho! Numa cama enorme agarrado ao travesseiro como se fosse perde-lo. E aquele é seu grande amor no momento: o travesseiro, isso porque ele não pode fugir. Você levanta, toma uma água pensando em como seria bom se teu sonho se tornasse realidade. Mas desculpa a franqueza: Não se tornará. Não que desejo isso a você, mas isso acontece com todo mundo. Aí você volta à cama vazia e se depara com um monstro sobre ela. Você não tinha visto ele ali, mas agora você vê. O monstro da solidão. Um dementador terrível e implacável. Pra quem não viu Harry Potter, são seres que chegando perto, sugam a sua alegria e seus momentos bons, deixando apenas uma tristeza e depressão profunda.
Ao seu lado você se deita, afinal, aquela é sua cama e o intruso ali é ele. E ele te envolve com seus braços... seu hálito gelado te faz lembrar todas as pessoas que te amaram e as que você amou. Eu não posso reclamar de não ter sido amado por muitas pessoas, meninas e meninos, mulheres e homens, bonitos e feios, lindas e menos privilegiadas. Nunca tratei mal a nenhum deles, mesmo em alguns casos não podendo retribuir da mesma forma... mas a minha amizade sincera e profundo carinho eram deles eternamente.
As vezes conhecemos alguém... gostamos... até nos apaixonamos... porém no dia seguinte a cama está vazia novamente.
O problema não estava com nenhuma das outras pessoas. Estava comigo. Parece frase clichê, mas não o é. Não estou preparado para amar ninguém. Quando percebo que estou me apegando a alguém, minha auto-defesa é me afastar. Assim sofro menos. As pessoas que namorei até hoje saíram muito machucadas da relação... com marcas, muitas vezes, semi-definitivas. Juro que algumas vezes até me esforcei para fazer dar certo. Nunca traí. Espero que nunca tenha sido traído, apesar de saber que isso não é verdade, mas prefiro pensar que a mesma fidelidade que dediquei, também recebi... isso me acalma.
Mas por incrível que pareça, não termino com as pessoas pensando que sou melhor que elas... muito pelo contrario. Sinto-me indigno de estar com elas e assim acabo todos os meus relacionamentos. Eu vou me afastando silenciosamente até que o silencio se faça gritos abafados de dois corações quebrados.
Aí percebo que o meu sonho de casamento vai por água a baixo... o rio da vida o leva. O sonho de filhos (sim, queria ter filhos, porém tento convencer-me que não os terei, pois a frustração será menor ao final da minha vida quando este não tiver sido realizado) este sonho também se vai... o rio levou. Não tenho como resgata-lo... já está muito longe de mim.
Toda noite acordo com este monstro na minha cama... me sufocando com seu abraço apertado... não posso me livrar dele, pois ao livrar-me dele outro virá... o da consciência pesada, pois sei que não estou e nunca estarei preparado para levar um relacionamento a diante ... e isso me mataria.
Não quero mais sofrer... não quero mais fazer ninguém sofrer... por isso que... [...] hoje eu to sozinho, e tudo parece maior, mas é melhor ficar sozinho que é pra não ficar pior [...]
[...] – frases escritas entre os colchetes e três pontos são da musica “Hoje eu to sozinha” da cantora mineira, Ana Carolina.
17/07/10

MENINO? MENINA? G? L? B? T?

O que você é? Se tivesse que se definir, como se definiria? Se tivesse que se descrever, como faria tal discrição?
Por mais que eu responda a todas estas perguntas da forma como as pessoas consideradas “normais”: Eu sou o Renatho, 22 anos, moreno (ficando loiro aos poucos), baixinho, de óculos etc, isso não é realmente o que as pessoas querem saber. Veja abaixo como se classificam essas perguntas:
PESSOAS “NORMAIS” - RENATHO
O que você é? – Você é gay?
Como você se definiria? – Você se definiria gay?
Se descreva – Você é ou não gay?
Você ta namorando? – Você namora menina ou menino?
Você deve estar se perguntando agora, além da minha sexualidade, claro, o porque deste texto abordar este assunto. Vou explicar:
Desde cedo tenho que responder as perguntas da segunda coluna por onde passo. Colegas de aula, de trabalho, de curso e até de igreja. Uma vez ainda perdia meu tempo respondendo a essas perguntas, hoje não mais. As pessoas não querem saber porque gostam de mim, mas por pura curiosidade, pra fazer fofoca e na maioria das vezes, por maldade. Podem acreditar. Em pleno século XXI as pessoas ainda não entenderam, não aceitam e muito menos respeitam a diversidade. Mas teve um caso engraçado que me ocorreu há algum tempo.
Estava eu atendendo a uma senhora usuária do cartão SUS quando a sua filha pequena vira pra ela e pergunta: - Mãe, ele é menino ou menina? Naquele momento meus olhos fulminaram a mãe da criança, pois diversidade se explica em casa, e a criança não tem culpa, pois ela é apenas fruto de uma sociedade sem um pingo de educação.
Outro fato ocorrido no mesmo local foi de um menino pequeno. após atende uma mulher jovem ela vira as costas para sair e eu ouço seu filho perguntar: - Mãe, ele é boiola?
Só esta semana, tive que ouvir duas vezes esta mesma pergunta. As pessoas não cansam de xeretar? De cuidar da vida dos outros? Se a vida dos outros é melhor que a sua, mude a sua então. Gosta de dar uma espiadinha na intimidade de outros? Vai assistir Big Brother, Casa dos Artistas dentre tantos realitys shows patéticos e invasivos.
Certa vez uma jovem de uma denominação evangélica bem conhecida me fez a pergunta tema deste post e eu perguntei a razão pela qual ela me fazia esta pergunta e a resposta dela foi tão incrível que eu perdi o chão: - Minha igreja tem um centro de reabilitação de gays, se tu quiser eu converso com eles, tu faz uma entrevista com o pastor e se Deus revelar pra ele tua vontade de mudar ele te encaminha pro tratamento.
Quase perguntei se eu tinha assumido a minha sexualidade naquele escritório de informática... mas respondi que não havia necessidade de tal esforço pessoal por uma pessoa que ela mal conhecia.
Visitei uma outra denominação a alguns dias e lá, algumas pessoas, inclusive conhecidos meus, líderes dessa denominação nem me cumprimentaram alegando ser eu um fornicador, uma abominação perante Deus. Tenho uma teoria a respeito disso, essas pessoas gostam tanto de mim que querem achar motivos para que eu não me salve e vá para o inferno passar a eternidade com elas, porque depois de atitudes como essa, não me venha dizer que elas vão para o céu.
Ler a bíblia, decorar versos, dar estudos bíblicos, abrir células, abrir igrejas não te torna uma pessoa melhor que eu, até por que, pelas tuas atitudes vejo que a arrogância te impede de ver aquele que disse que veio servir e não ser servido, que quem quiser ser o primeiro, que seja o ultimo. Muitos dirão Senhor! Senhor! E ele lhes responderá: Não vos conheço!
Se a homossexualidade for meu problema, deve ser resolvido entre eu e Deus, sem intermediários e sem intrometidos. Homossexual ou não, sou um ser humano e mereço respeito!

16/07/2010

CARROSSEL

“O mundo é um parque. Que roda gigante e a vida gira feito carrossel”
Esta é uma parte de uma das musicas da Xuxa... no restante da musica ela fala das maravilhas da vida e das alegrias, mas eu vou me ater apenas nesta frase citada acima e você já vai entender o por que.
Quando estava nas séries iniciais, era um desconhecido no meio de desconhecidos. Só que agia um pouco diferente deles. Não fui criado na rua, não tive muitos amigos, não tive contato com outras crianças que não fossem meus primos, não via maldade nas pessoas. Achava que todos eram como eu. Me enganei. E me enganei feio!
No inicio, ouvia comentários a meu respeito que me deixavam chateado, mas não pensava nisso como ofensa. De inicio era o – mulherzinha – por andar mais com as meninas. Com o passar do tempo os nomes foram evoluindo – bixinha, gayzinho, viadinho, e iam nesta mesma ordem, porém com terminações em ona, ão e por ai segue. Até chegarmos na fase das agressões físicas. Eu apanhava e ainda tinha que ouvir os guris dizendo que iam me ensinar a ser homem.
Por mais que tivesse certeza de quem era e do que sentia em relação a mim e aos outros, aquilo me fazia mal... muito mal. Comecei a me afastar das pessoas, entrei numa depressão terrível. Tentei me matar. Preferia morrer a ter que encara-los todos os dias... o parque de diversões deles era a escola... e eu, uma das atrações preferidas. Hoje, chamam isso de bullig, na minha época era aprender a viver a vida sem ser fracote.
Adorava estudar, mas fui perdendo o animo de ir a escola. E aí começou meu tratamento com remedinhos que apesar de não curarem a minha dor, me anestesiavam em certas situações. Até que me disseram uma frase: - TUDO PASSA E O MUNDO GIRA. Me acalmei e pensei: - ÓTIMO, TUDO ISTO VAI ACABAR UM DIA. E terminada a 8º série do ensino fundamental tive que mudar de escola, pois a que eu estudava não tinha ensino médio. Um alivio para mim, um lugar novo. Ninguém me conhecia e eu poderia começar novamente.
Errado! Percebi que o problema estava comigo. Saí da antiga escola e levei os problemas junto. Logo de cara, tive a mesma sensação de fracasso ante as piadinhas e chacotas dos outros, porém desta vez eu não era o mesmo. Tinha aprendido a viver com essas alusões a minha sexualidade e nada mudava a minha opinião, claro que a medicação, e as duas consultas semanais à uma psicóloga me ajudaram muito... consegui sobressair os comentários de mau gosto e fui adquirindo espaço. Tinha aprendido a viver. Não foi fácil, mas consegui. Terminei o ensino médio e pensei: - MAIS UMA FASE ACABOU.
Errado de novo! Entrei na faculdade, não tive muitos problemas ali, pois Publicidade e Propaganda é um curso bem misto... existem pessoas de todos os tipos, raças, crenças, posições sociais, estilos de vida e orientações sexuais.
Me livrei de vez disso, pensei. Mais uma vez estava errado. Comecei a trabalhar, tive colegas maravilhosos, mas foi muito difícil ver a forma como alguns me olhavam, e por certas vezes as perguntas que faziam ou as indiretas que eu tinha que ouvir. Então me acostumei. Pelas empresas que passei tive que enfrentar isso, porém todos estão lá para trabalhar e não se incomodar e talvez até ser demitido.
Iniciei a pouco um curso pelas manhãs... uma turma boa de se trabalhar, porém três colegas me chamaram a atenção. Em sala de aula, ouço os mesmo comentários, as mesmas piadinhas e a mesma forma ofensiva de se referirem a mim. Exatamente igual ao ensino fundamental, médio, trabalho e agora neste curso. Esse ciclo não tem fim. Mudam os rostos, mudam os nomes, mas as pessoas são as mesmas. As mesmas mentes pequenas, as mesmas rédeas que as impedem de olhar para outro lado, a mesma falta de opinião própria. Só que o engraçado é que, estando um deles sozinho, este não abre a boca, precisam estar os 3 juntos para começar as possíveis tentativas de humilhação. Desculpem, já estou vacinado!

Enquanto eu cresço, aprendo, evoluo, aprendo a brilhar sozinho eles continuam lá, dependendo da luz de outros, de escadas para subir, de uma média medíocre para “evoluir” e receber um diploma escrito: Aprovado, média 5,0.
Desculpa, ser humano mediano para mim não serve. Ou eu sou 10 ou não sou digno de olhar para outros com olhar de cobrança. Quero ser o melhor em tudo o que faço. Não vou ser apenas mais um na multidão. Agir somente em grupo.
Agora, explicando a 2º frase da musica, posso dizer: O mundo é uma roda gigante e a vida gira feito um carrossel. Tudo recomeça... exatamente igual ao inicio. O caminho não muda, a velocidade não muda, a paisagem não muda... o que muda é a nossa emoção e reação em cada giro que o carrossel dá.

09/07/2010

BUSCA (IN)CANSÁVEL

A noite é uma tortura... correntes de fantasmas imaginários do meu passado não me largam... ouço seus gritos, seus pedidos de perdão abafados pelo som de muitos erros que se sobressaem aos anteriores.
Busco uma luz... que diziam haver no meu olhar... nada! Só encontro um olhar vazio que busca por respostas que possivelmente nunca encontrará. Nas fotos de infância, vejo uma criança morta, que foi esquecida por todos... não se sabe como sumiu e por que sumiu.
Tem um estranho dentro da minha casa. Alguém que não reconheço mais. Olho seus e-mails, orkut, twitter, blog, computador e o pior... o seu espelho. Vejo alguém refletido ali, mas esse não sou eu. E também não é aquela criança.
Aquela criança era meiga, amada, carinhosa... e eu nem sei quem sou hoje, mas não me reconheço mais. Todos buscam sua própria identidade. Com o tempo se acham... eu, com o tempo me perco.
Casei de rótulos: se está acima do peso: gordo!; se está abaixo: anorexico!; se usa óculos: quatro olhos!; se é delicado: bicha!; se procura ajuda: fraco!; se não procura: teimoso!; se faz o que quer: rebelde!; se apenas obedece: marionete!
Não precisamos de rótulos. Não bastasse as condições que a vida nos impõe: sexo, raça, cor do cabelo, cor dos olhos, altura, etc. ainda temos os rótulos que as pessoas nos colocam. Nos julgam e nos condenam por aquilo que julgam ser o certo. Acham estar sempre certas em tudo.
Hipocrisia... nossa sociedade é orientada pela hipocrisia, agimos pela hipocrisia, respiramos pela hipocrisia, vivemos uma hipocrisia.
Mas não é culpa nossa (que desculpa ridícula). Começamos tentando aparentar ser aquilo que não somos para agradar aos outros. Usamos roupas escolhidas a dedo pela grande industria da moda, que manipula seus seguidores a envergonharem aqueles que a ela não se dobram. Compramos produtos de marcas famosas para mostrar status e mascarar os pobres, cegos e nus que somos. Dizermos que somos alguém, quando na verdade nem sabemos o que somos.
Tudo nos foi imposto antes de nascermos (obrigado pela frase, Cazuza)... mas aí crescemos e damos continuidade a esse estilo patético e ridículo de vida que aprendemos... e passamos adiante com nossos filhos. Mas o grande problema não é passar uma cultura errada e sim, confundirmos a mente daqueles que como eu, não tem muito auto controle e nem uma base mental sólida.
Deixamos essas pessoas perdidas, sem saber para onde correr, tiramos seus gostos, seus desejos, suas vontades e as ensinamos como devem viver para nós ficarmos felizes com elas.
Com o tempo elas percebem que não se encaixam em nenhum grupo, da família parecem parentes muito distantes, não se ambientalizam, buscam uma comunidade, uma sociedade para fazer parte, sentirem-se importantes e quando não encontram se frustram. Uns acabam com suas dores... outros se deixam levar pela correnteza. Colocamos as pessoas dentro de labirintos: labirinto das drogas, labirinto do sexo desregrado, labirinto do excesso de álcool e as vezes, dentro do labirinto de si mesmas... e depois as culpamos pelos caminhos que seguiram... julgando estarem erradas quando na verdade em vez de estendermos a nossa mão para elas, damo-lhes bofetadas na face para sentirem a vergonha que nós não sentimos apesar de tudo o que fizemos... as deixamos sem escolhas, sem caminhos, sem saídas. Parabéns pra nós!!! Conseguimos o que queríamos!!! Mais um derrotado, fracassado. Como se eu ganhasse vendo outro perder.
Perdido dentro de mim. Pior, preso dentro de mim... e por não me conhecer, não sei como sair! Se aquele do espelho pudesse me ajudar, mas vejo em seu olhar que está mais longe das respostas do que eu. Já andou por onde disseram para ele andar, percorreu caminhos que achou ser o certo e em vez de respostas trouxe mais perguntas... se aquela criança das fotos me ajudasse, mas ela não existe mais... seu sorriso naqueles papéis vai ficando amarelado... sua essência sumindo... seu legado perdido... suas palavrinhas num eco distante.
Perdi-me dentro de mim
Quando me achei não me reconheci, por isso não me ajudei
Ali fiquei. Pensando ter passado por mim...
Ali chorei. Não por não poder sair...
Mas por ter saudades de mim.
08/07/2010

CIRCUITO V1 (VIDA UM)

Casas, carros, viagens, pessoas, posição social, ... poderia enumerar X coisas que nos prendem a vida, mas este, realmente não é o caso.
Parei hoje pra pensar em como anda a minha vida. Me vi num circuito parecido com aqueles que vemos na Formula 1: uma rua cheia de curvas, curvas de vários tamanhos, e de várias formas mas que me levavam sempre a posição inicial.
Se fosse uma escala numérica, meu dia seria assim: 1 – 3 – 5 – 7 – 10 – 1- 3 – 5- 7 – 10, num ciclo interminável.
Minha vida consiste em: dormir – acordar – trabalhar (no momento nem isso, mas) – comer e assim sucessivamente nessa mesma linha de raciocínio. O foco não muda, as palavras não mudam, o objetivo não muda. A gente descansa pra poder trabalhar... estuda pra arrumar um trabalho melhor... trabalha pra poder comer... come pra ter forças pra trabalhar... e descansa para o cérebro fazer uma pausa entre o trabalho, a comida e o estudo.
Já tive um objetivo na vida. Já tive o porque acordar todas as manhãs e sair. Tive uma pessoa muito especial, que dizia diariamente ao me acordar que me amava e só por mim ainda estava viva. Certo dia o corpo dela não viu dessa mesma forma e decidiu parar. Ali eu percebi a grande contradição daquilo que ela acreditava: Eu estava vivo por causa dela... e não ela por minha causa.
Hoje, 30 de junho, faz exatamente 6 meses que não sinto mais o seu abraço, o seu carinho, não tenho mais a sua voz me acordando e dizendo um sonoro BOM DIA, um maravilhoso EU TE AMO. Faz exatamente 6 meses que ando perdido por aí buscando um novo motivo que me prenda a vida... fui nos meus arquivos e nada!
Viver, acordar, trabalhar, constituir família, fazer festa, ter um nome reconhecido... nada disso me trás a vontade de seguir em frente que eu tinha antes... se antes os remédios controlados faziam parte da minha vida, agora fazem parte do meu KIT SOBREVIVENCIA.
Sou um viciado? Pode ser. Mas isso ainda me mantém de pé. Isso faz com que eu tente seguir o ciclo da vida. Não estou desistindo de viver ... mas hoje decidi: não procuro mais algo que me prenda a vida, simplesmente vou esperar por aquilo que me desprenda dela.
Vou continuar a trabalhar, estudar, viver, ler, escutar musica, fazer o que sempre fiz... não nego e não largo minhas obrigações... até o dia em que meu corpo entrar em acordo com a minha mente e ver que insistir nesse circuito sem chegada e nem pódio de vitória não vale a pena e calmamente parar.
Dedicado à razão do meu viver... VELHA, te amo pra sempre!

30/06/2010

NEVERLAND DOS MEUS SONHOS

Não sabia e nem sei ao certo dizer o porque da fascinação que sempre tive por Michael Jackson. Sempre admirei seu trabalho, seu sucesso e por mais incrível que pareça... a sua aparência...
Via inocência no seu rosto... no seu olhar... uma pureza que não costumamos mais ver nas pessoas... e por mais difícil de se acreditar me identificava muito com ele. Não apenas pela compulsão por remédio que eu tenho... hehe e nem pela extrema necessidade de mudança física, apesar de não ter a grana dele, o que é minha sorte... mas pela parte de não querer crescer... ver e sentir nas crianças essa necessidade de brincar eternamente como se o tempo fosse todo nosso.
Sinto uma falta enorme da minha infância e pra quem me conhece sabe que ainda não saí dessa fase. Gosto de ser criança. Não quero me desprender disso. Isso faz parte de mim... eu não quero mudar... e não vou mudar!
Os anos passam... cronologicamente tenho 22 anos mas levo a vida de uma forma tão intensa que as vezes ao me olhar no espelho volto a ser aquela criança de 6 anos... não estou nem aí pr’aquilo que os outros falam... ouço musicas infantis até hoje... brinco com as crianças... e me dou melhor com elas do que com os adultos... crescer dói. Não nego minhas obrigações, porém não perco a criança dentro de mim.
Ouvi uma frase certa vez que doeu meu coração: “Saí da infância e deixei as coisas de criança pra trás.” Que esperanças encontra alguém que pensa assim? Desculpa a minha colocação, mas mantendo a criança viva e atuante dentro de mim estou evoluindo, crescendo e descobrindo meu potencial, me testando. No momento que essa criança morre você pára... não vive mais, não se testa, não se descobre, não inventa, não cria. Vive apenas de maneira planejada dentro de uma realidade imposta por outros. Isso é matar a criança dentro de si e colocar o adulto numa prisão.
Está fazendo um ano que o mundo perdeu esse artista completo chamado Michael Jackson, mas o que me intriga é que sinto falta dele... parece que perdi uma parte de mim... sempre me vi muito nele... e com certeza, apesar da distancia, eu estava em Neverland... não a que ele morava, mas a que eu em meus sonhos e devaneios construí... a diferença entre nós é que os acontecimentos da vida o deixaram cada vez mais triste... sem forças para lutar... tendo que provar sua inocência enquanto o mundo o chamava de culpado... e ele saiu de Neverland.
No mundo em que vivemos as pessoas que tem pureza no coração, que se doam sem esperar nada em troca tem que pagar um preço... um preço muito alto. Ele teve coragem, mas o preço foi muito alto. Custou a sua vida.
Eu não vou sair da minha Neverland... aqui as pessoas são boas, se amam, se ajudam, são irmãs, unidas, não existe pré-julgamentos, me recuso sair da minha Neverland nem que tenha que pagar um preço alto também.
Peter Pan... Michael Jackson e Eu... crescer é o de menos... viver intensamente é a nossa realidade, nem que seja por pouco tempo.
“Gostaria de ser mais do que sou e muito melhor, mas não terei tempo suficiente para me preparar para isso.
This is it – MJ and RG
28/06/2010

PERSONAGEM NA VIDA REAL

RENATHO ou RENATO? Diversão ou depressão? Vibração ou Decepção? Sonho ou Ilusão? Com H ou sem H? Qual a verdadeira diferença entre RENATHO e RENATO? Você até pode dizer que é a mesma pessoa, mas não sabe realmente a essência desta letrinha, não sabe o quanto esta letra mudou a vida de alguém.
Depois de ter a vida rotulada por aqueles que se achavam maiores e melhores, desde a escola até os dias atuais, o Renato decidiu que deveria ser diferente: criou um disfarce, que também podemos chamá-lo de personagem, O RENATHO, com letras maiúsculas, sim!
Desta vez o Renatho não teria medo de ninguém... seria Ele e somente Ele, o maior e o melhor em tudo. Onde pusesse a mão tornaria aquilo ouro... isso guiou a minha vida desde então... fiz o possível, mas as pessoas nem sempre querem o possível, querem o impossível.
Ninguém mais humilharia o Renatho... eu tentava ser o melhor onde estivesse... minhas notas na escola se tornaram umas das melhores, meu desempenho diante dos professores, chefes e líderes espirituais altamente inspirador e digno de ser copiado por outros, na igreja o super-líder e o melhor amigo de todos, sempre braços abertos, alegre e animado. Fazendo das tripas, coração, para que dentro de si aquela sensação de ser o pior de todos os seres humanos passasse. Provando a outros suas qualidades, dons e aptidões.
Foram longos anos... para ser mais exato, doze.
Doze anos vestindo diariamente um personagem para mostrar aos outros o que eles queriam ver, ser aquilo que eles esperavam, até perceber que isso só fazia mal a mim.
Hoje posso dizer que morreu o Renatho personagem e o verdadeiro Renato renasce fazendo jus ao seu nome. Renato significa renascido. Estou renascendo para mim mesmo.
Chega de viver a minha vida esperando aprovação desse ou daquele... agradeço aos meus amigos pela companhia e amizade que a mim foi devotada todo esse tempo. Não posso dizer nomes, pois correria o risco de esquecer alguém... enfim, obrigado aos meus amigos.
Mas de todos que colaboraram com o meu sucesso pessoal não posso esquecer alguns em especial... meus perseguidores... que tornaram a minha vida difícil porem altamente eficaz... uma incrível escola. Eu permiti que eles fizessem o que queriam da minha vida, mas graças a eles me tornei a pessoa forte que sou hoje. Eu cresci, porém vocês vão continuar os mesmos mesquinhos e hipócritas, pequenos e repulsivos, as mesmas crianças choronas de sempre por saberem que não podem e que não conseguem ser iguais a mim.
Depois de muita reflexão eu vi que o Renatho personagem não é o personagem e que o Renato não é o verdadeiro. O Renatho é um só... esse do dia a dia... o personagem não existe... apenas me encontrei dentro de mim!
Vida nova... e muito obrigado àqueles que me aceitam como sou... que me amam sem por um SE antes de dizer... EU TE AMO!
Agora, me entendam como quiserem, só não me julguem pelo que entenderam.
Renascer sempre... e de agora em diante Sempre Renatho.
24/06/2010