[...] fui eu quem se fechou num muro e se guardou lá fora. Fui eu quem, no esforço, se guardou na indiferença. Fui eu que consegui ficar e ir embora... eu quero sair, eu quero falar, eu quero ensinar o vizinho a cantar nas MANHÃS DE SETEMBRO [...]
Sempre ouvi a expressão “Agosto, mês do desgosto” e nunca concordei com ela, até este ano. Me deparo as portas do mês de agosto e esse mês que tanto amei, por ter uma data muito especial pra mim, mostrou-se frio e sem cor este ano.
Não tenho animo para comemorá-lo. Nem sei se tenho motivos para comemorá-lo. Sei que durante os 31 dias deste mês de agosto vou acordar achando tudo indiferente... achando todos os dias iguais. E nem ganhar milhões na Mega Sena me deixará feliz este mês.
O mês de agosto para mim é o mês do PRESTA CONTAS. Presto contas a mim mesmo do que fiz na minha vida e sempre me decepciono com meus resultados. Sempre passo por uma crise. Sempre caio numa deprê desgraçada que me leva mais abaixo do que em momentos normais eu me sentiria. Dia 21 então, é pedir pra morrer. Se eu puder ficar amarrado nesse dia e vigiado melhor. Porque esse dia dói. Ele me mostra que mais um ano passou... e simplesmente passou. Não fez diferença alguma na minha mera existência.
Lá pelo dia 31 começo a me recuperar, reconstruir meus castelos dos sonhos, me replanejar. Mas este ano quero chegar ao dia 21 de agosto com meus planos já estabelecidos e metas traçadas. Saber querer é minha meta para o dia 21 de agosto. E hoje eu sei que sonhos pequenos cansam e desanimam enquanto que sonhos grandes nos motivam e encorajam.
E parte desse sonho eu acho que já sei qual é, e posso defini-lo como uma busca. Preciso de um Google na minha vida. Preciso buscar por mim. Preciso buscar por novos ideais. Preciso buscar por sensações que nunca tive. Preciso buscar por alguém que não sei quem é... talvez seja eu mesmo.
Não vou me prometer não entrar em depressão este mês, pois vou. Isso eu sei. Sempre foi assim, aparentemente sem motivo, quem dirá este ano, quando no momento mais frágil do meu ano estarei sozinho. Buscarei uma mão para segurar e encontrarei apenas o vento da ausência e a brisa da saudade se encontrando com o vazio da existência humana.
Hoje busco alicerces fortes para meu castelo. Pois o construtor sou eu. E no final da vida, este castelo será minha memória aqui. Aquilo que fiz com minhas mãos. Boas notas, bom comportamento, boa conduta não dirão nada se nada tiver feito de concreto.
Meu ano termina em agosto, e pra meu inicio de ano, em setembro, desejo novos sonhos... novos amigos... novos lugares... quero o novo... o inesperado... quero novidade. Manter o que deve ser mantido e eliminar o que deve ser eliminado.
Setembro será o meu mês, e como a cantora Vanuza, o diabo loiro da juventude na jovem guarda, dizia em sua canção [...] eu quero ensinar o vizinho a cantar nas manhãs de setembro [...], em agosto estarei afinando minha voz, as cordas do meu violão, preparando minha banda, pois quando o show começar... a minha turnê será mundial... quero ir de norte a sul, de leste a oeste... pegar os quatro cantos da terra. Pois como já disse, o mundo é meu... e quero cada pedaço dele. Meu presente será conhecê-lo e conquista-lo.
E quando mostrar o meu valor e a minha capacidade a mim mesmo, talvez não seja mais tão doloroso o mês de agosto pra mim. E quem sabe o meu inicio de ano seja em janeiro como de todo mundo e meus sonhos e ideais estejam firmados dentro de mim sabendo que o que quero eu posso e consigo. Basta apenas acreditar em mim, ter Deus no meu coração, ser o mais justo possível, honesto com as pessoas e comigo, respeitar meus limites e fechar os ouvidos para aqueles que coaxam por não terem a capacidade que tenho e por não serem como eu sou.
E então ensinar, não só o vizinho a cantar nas manhãs de setembro, mas o mundo todo nas manhãs do ano inteiro.
24/07/2010
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