MENINO? MENINA? G? L? B? T?

O que você é? Se tivesse que se definir, como se definiria? Se tivesse que se descrever, como faria tal discrição?
Por mais que eu responda a todas estas perguntas da forma como as pessoas consideradas “normais”: Eu sou o Renatho, 22 anos, moreno (ficando loiro aos poucos), baixinho, de óculos etc, isso não é realmente o que as pessoas querem saber. Veja abaixo como se classificam essas perguntas:
PESSOAS “NORMAIS” - RENATHO
O que você é? – Você é gay?
Como você se definiria? – Você se definiria gay?
Se descreva – Você é ou não gay?
Você ta namorando? – Você namora menina ou menino?
Você deve estar se perguntando agora, além da minha sexualidade, claro, o porque deste texto abordar este assunto. Vou explicar:
Desde cedo tenho que responder as perguntas da segunda coluna por onde passo. Colegas de aula, de trabalho, de curso e até de igreja. Uma vez ainda perdia meu tempo respondendo a essas perguntas, hoje não mais. As pessoas não querem saber porque gostam de mim, mas por pura curiosidade, pra fazer fofoca e na maioria das vezes, por maldade. Podem acreditar. Em pleno século XXI as pessoas ainda não entenderam, não aceitam e muito menos respeitam a diversidade. Mas teve um caso engraçado que me ocorreu há algum tempo.
Estava eu atendendo a uma senhora usuária do cartão SUS quando a sua filha pequena vira pra ela e pergunta: - Mãe, ele é menino ou menina? Naquele momento meus olhos fulminaram a mãe da criança, pois diversidade se explica em casa, e a criança não tem culpa, pois ela é apenas fruto de uma sociedade sem um pingo de educação.
Outro fato ocorrido no mesmo local foi de um menino pequeno. após atende uma mulher jovem ela vira as costas para sair e eu ouço seu filho perguntar: - Mãe, ele é boiola?
Só esta semana, tive que ouvir duas vezes esta mesma pergunta. As pessoas não cansam de xeretar? De cuidar da vida dos outros? Se a vida dos outros é melhor que a sua, mude a sua então. Gosta de dar uma espiadinha na intimidade de outros? Vai assistir Big Brother, Casa dos Artistas dentre tantos realitys shows patéticos e invasivos.
Certa vez uma jovem de uma denominação evangélica bem conhecida me fez a pergunta tema deste post e eu perguntei a razão pela qual ela me fazia esta pergunta e a resposta dela foi tão incrível que eu perdi o chão: - Minha igreja tem um centro de reabilitação de gays, se tu quiser eu converso com eles, tu faz uma entrevista com o pastor e se Deus revelar pra ele tua vontade de mudar ele te encaminha pro tratamento.
Quase perguntei se eu tinha assumido a minha sexualidade naquele escritório de informática... mas respondi que não havia necessidade de tal esforço pessoal por uma pessoa que ela mal conhecia.
Visitei uma outra denominação a alguns dias e lá, algumas pessoas, inclusive conhecidos meus, líderes dessa denominação nem me cumprimentaram alegando ser eu um fornicador, uma abominação perante Deus. Tenho uma teoria a respeito disso, essas pessoas gostam tanto de mim que querem achar motivos para que eu não me salve e vá para o inferno passar a eternidade com elas, porque depois de atitudes como essa, não me venha dizer que elas vão para o céu.
Ler a bíblia, decorar versos, dar estudos bíblicos, abrir células, abrir igrejas não te torna uma pessoa melhor que eu, até por que, pelas tuas atitudes vejo que a arrogância te impede de ver aquele que disse que veio servir e não ser servido, que quem quiser ser o primeiro, que seja o ultimo. Muitos dirão Senhor! Senhor! E ele lhes responderá: Não vos conheço!
Se a homossexualidade for meu problema, deve ser resolvido entre eu e Deus, sem intermediários e sem intrometidos. Homossexual ou não, sou um ser humano e mereço respeito!

16/07/2010

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