SECULARIZAÇÃO DA IGREJA

Assinante da revista Conexão J.A. há algum tempo, deparo-me com a matéria de capa desta edição de outubro de 2010: Jesus sim, igreja não.


Gostei muito da matéria onde é colocada a necessidade da existência de grupos religiosos altamente organizados. Como muitos sabem, faço parte de um grupo religioso há um bom tempo, mas confesso que já pensei no fato de querer a presença de Deus na minha vida e não querer carregar uma placa de igreja em meu peito.

A questão é que o cristianismo muito pregado hoje em dia, tornou-se uma nova forma de repressão. O verdadeiro cristianismo baseia-se no fato da presença de Deus no dia a dia, na aceitação da graça de Deus, e na entrega total da vida a Deus, o que não consiste na realidade vista hoje em dia nas igrejas.

Ao entrarmos em qualquer denominação percebemos o fato e que seus membros passam mais tempo falando da vida do outro, das falhas de caráter de irmão, nas dificuldades deles em guardar e observar questões propostas pela denominação escolhida por ele para fazer parte.

Esquece-se que a salvação pregada na bíblia é individual. Eu não posso interferir no teu cristianismo, eu não posso viver a tua vida, assim como você não pode viver a minha.

Passamos um trimestre estudando as cartas de Paulo aos Romanos. Lá percebemos seus conselhos para os cristãos de Roma na sua época. Conceitos que podem e devem ser traduzidos para o cristianismo deste século, desta era em que vivemos. Porém me impressionou o fato de que alguns, minutos após lerem e ouvirem comentários de outras pessoas, depois da troca de informações obtidas através desse estudo aprofundado, ainda tiveram a capacidade de fechar a bíblia, levantar de seus bancos e dirigirem seus olhares maldosos e cheios de criticas a outros irmãos.

Não absorvemos aquilo que devemos. Não estou condenando ninguém. Não digo siga este caminho ou siga aquele. Apenas aconselho aos meus amigos que ao aceitarem e escolherem fazer parte de uma denominação estejam certos de suas crenças, não tenham duvidas de seus preceitos e se decidam por completo. Não vivam uma vida dupla. Pois a vida dupla faz com que ao fazer algo errado escondido eu tenha de ressaltar e aumentar erros dos outros para que o meu erro seja imperceptível ou minimizado, passando para a sociedade um cristianismo que conhecemos muito hoje, aquele que diz: Faça o que eu digo e não faça o que eu faço.

Fico decepcionado ao ver que as pessoas que dizem ter encontrado o verdadeiro Deus, possam, ao segurar uma bíblia na mão, julgar e condenar o seu irmão, pois aquele livro que está nas suas mãos diz que somente um é capaz e digno de julgar e condenar o culpado e absolver o arrependido.

Percebo que seu cristianismo é vazio. Sua mente é fraca. E realmente essa pessoa não se encontra convertida pela verdade e sim convencida da verdade.

Ninguém é melhor que ninguém. Deus me aceita como sou, e isso me basta. Meu cabelo não retrata aquilo que se passa em meu coração. Vaidade? Pode até ser, porem não deixo de embelezar meu caráter, minha mente e coração com o que é puro e verdadeiro para cuidar apenas da aparência. Além do mais, um dia vou ser cobrado por Deus, por aquilo que fiz com o corpo a mim emprestado por ele, e pretendo saber que o deixei da melhor forma possível podendo estar tranqüilo na hora da devolução.

Salvação ou perdição... Fogo ou vida eterna... isso a Deus compete me julgar. Enquanto isso, a mim cabe orar por aqueles que me perseguem para que encontrem o mesmo Deus amoroso e o único capaz de dizer o que é certo e errado, pois se eu estou dentro da piscina de lama, não posso brigar com você por você estar dentro dela.

Sujo por mal lavado, somos todos indignos de julgar... porem dotados por Deus da capacidade de amar e principalmente respeitar o próximo, pois somos todos seus filhos independente da placa que rege a minha norma de fé e minhas crenças.
30/09/2010

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