MALANDRAGEM

Procuro algo em alguem que me de segurança já que sou uma sucessão de inconstancias, indecisões e incertezas. Preciso de alguem firme pra compensar a areia movediça que é a minha mente. Coisas entram nela e se perdem, sentimentos e emoções que escorregam do meu coração são soterrados pela razão ao cair em minha cabeça.



Me apaixono e fujo. No momento de me entregar me recolho. A sensação de andar no kamikase e não soltar as mãos mesmo sabendo que estou seguro não me traz conforto. Beincar de relacionamento, sentir-me abraçado mas não ter a segurança de me soltar acaba com a minha auto estima.


Tento parecer forte, firme, constante, tranquilo porém sou fraco, sofro de mudanças constantes de humor, sou estressado e também e não menos importante ansioso. Parece que estou sempre a espera do porvir.


Um torpedo me dizendo: preciso falar com você me faz delirar, pensando que algo aconteceu e viver nessa insegurança do sentimento alhei acaba comigo. Sinto-me a merce da pessoa que amo. Se ela sofre eu sofro, se ela se alegra, sofre pensando no momento que esta alegria irá acabar repentinamente sem previo aviso.


Não gosto da solidão, apenas aprendi a conviver com ela. Sinto-me seguro comigo mesmo. Olho-me no espelho e percebo que a unica coisa a qual sempre terei e não corro o risco de perder é a mim mesmo. Isso me tranquiliza porém não imagino entregando a minha tranquilidade e a minha vida nas mãos de outrem que possam me magoar e ferir.


Hoje digo realmente que precisava de um abraço apertado. De um carinho no rosto. Uma mão passando pela minha cabeça e eu podendo sentir o calor de seu corpo junto ao meu mostrando que não estou sozinho, mas ao mesmo tempo ao ter isso tenho medo do fim.


Acabo por não me entregar. Acabo por sofrer sozinho. Simplesmente acabo com as oportunidades pensando que elas um dia podem acabar.


Segundos de prazer por dias de pressão e depressão. Insonia, café e cigarro.


A sensação de alivio que somente sozinho comigo mesmo consigo obter não traduz a dor que sinto ao perceber aquilo que perco por medo de perder.


Esconde esconde nunca foi uma brincadeira para mim, sempre foi um estilo de vida. Quero parar essa brincadeira mas não consigo. Queria me jogar em seus braços mas sinto-me despreparado para isso. Se as vezes te chamo de criança, é porque a criança dentro de mim grita a mim mesmo: foge pois sou criança e não conheço a verdade.


Não sou poeta, mas não aprendi a amar.

11/11/11

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